Cozido à Portuguesa – a origem e a tradição a não perder
Em pleno Inverno pensa-se em
pratos quentes que nos aconchegam o estômago e nos aquecem a alma, e no Sótão
da Gina a conversa sobre o cozido à portuguesa surgiu por várias razões, mas a
principal talvez tenha sido a leitura de vários artigos, um deles no The
Guardian que pode consultar aqui, sobre os benefícios em beber caldo de carne; de imediato, o pensamento
levou-nos à nossa tradição a não perder - o nosso prato tão tradicionalmente
português – o cozido à portuguesa e o seu caldo ou sopa de cozido.
Cozido à Portuguesa
Na gastronomia, é fácil chegar à
conclusão que por muito que se invente, os pratos mais tradicionais são os mais
ricos em termos nutritivos - que se
podem adaptar, podem - mas a base mais importante está sempre no original.
Porque quem procura acha, a
conversa não podia ficar completa se não se conseguisse chegar à conclusão da
origem do cozido à portuguesa. Se por um lado o nosso amigo motor de busca Google facilita e
ajuda a encontrar o que outrora só se conseguia em enciclopédias, por outro
lado pode levar-nos à irritação quando nos leva primeiramente
a blogues que se limitam a fazer “copy/paste” uns dos outros com informações em
nada correctas e algumas, um pouco sem sentido, ou até absurdas.
Cozido à Portuguesa
Encontrámos um
rol de blogues a afirmarem que na origem do cozido à portuguesa estava, e passo
a citar: - “ … antigamente os mais pobres não possuíam muito dinheiro, como é
óbvio, a solução para aproveitar as sobras era pôr tudo numa panela e cozer até
se apurar uma refeição com bastante consistência com fim de lhes dar energia …”;
ainda outra conclusão não menos interessante: - “o cozido à portuguesa tem
origem judaica. No Shabat os judeus não podem, dentre outras coisas, acender
fogo e cozinhar. Então cozinhavam na véspera carnes e vegetais, que seriam
consumidos após o pôr-do-sol do dia do descanso”. Ora, se na primeira
hipótese a afirmação de - antigamente os
pobres não tinham muito dinheiro e punham tudo numa panela a cozer, o cozido à
portuguesa não é de todo um prato barato pois devido à sua variedade de carnes
e enchidos, para não falar nos legumes, verduras e leguminosas é de facto um
prato até dispendioso; a segunda é ainda mais absurda porque os judeus não
comem carne de porco e uma das carnes que abunda no cozido à portuguesa é a
carne de porco.
Mas adiante, porque quem procura
acha... pode levar algum tempo, mas acha!
Sopa
de Cozido à Portuguesa
Afinal, segundo Virgílio Nogueiro
Gomes, um verdadeiro entendido na matéria de gastronomia portuguesa e as suas
origens, numa das suas crónicas que podem ler aqui na integra, refere que “ a primeira receita escrita do cozido em
Portugal é publicada na Arte de Cozinha de Domingos Rodrigues, 1680, e que tem
a designação castelhana de “Olla Podrida”. E diz ainda – “ De acordo com a
cozinha que se inscreve naquele livro, cozinha palaciana ou de mesas abastadas”
. Ora isto já nos parece uma informação bastante mais credível, e para quem
queira saber mais sobre a gastronomia tradicional portuguesa pode comprar olivro de Virgílio Nogueiro Gomes – “Tratado do Petisco”, por aqui tal como nós já fizemos e apenas aguardamos o envio por correio.
Agora já sabendo a origem desta
tradicional iguaria portuguesa que consiste numa refeição completa, e não só…(ver dica no fim) a
conversa insiste na riqueza do prato pela diversidade de carnes, legumes,
verduras e leguminosas mas também porque os nutrientes que compõem o caldo pela
cozedura de todos os ingredientes torna-o dos mais nutritivos da nossa
gastronomia.
Assim, antes ou depois de comer o belo cozido
à portuguesa que no Sótão da Gina consideramos uma tradição a não perder, a
sopa ou o caldo do cozido com a respectiva folha de hortelã é o caldo verdadeiro néctar dos
deuses que nos revigora a alma para mais uns dias de Inverno.
Caldo de Cozido à Portuguesa
Já agora uma dica: se lhe sobrar
cozido, guarde bem acondicionado no frigorífico por alguns dias e depois prepare uma bela feijoada à transmontana com todos os
ingredientes que sobraram, incluindo o caldo.
Jogo de palavras é hoje o tema escolhido
para a conversa no Sótão da Gina a propósito de alguns termos muito usados pelos
portugueses, que nos leva a questionar o verdadeiro objectivo da sua utilização,
ou, se se trata de uma questão de semântica.
Uma Questão de Semântica?
Há palavras ou termos que entram na
banalização, no ridículo ou pura deturpação porque alguém lhes achou piada e as
replicou até à exaustão tornando-as virais. Se por um lado, uma palavra específica
ou um termo é lançado pela comunicação social, é certo e seguro que é feito com
um propósito equivalente à mesma forma utilizada em marketing e publicidade;
por outro, e essa é a questão que nos leva a interrogar qual o objectivo (?),
qual será o propósito de, as pessoas comuns, utilizarem esses termos ou palavras
no seu dia-a-dia!
Em qualquer jogo de palavras ou a
sua intenção, quer seja o pensamento a gerar a palavra, ou a palavra a gerar o
pensamento, é a semântica que distingue o significado das palavras e não o tom
ou intenção de persuasão na forma como são utilizadas levando à falácia, que fará
dar mais importância ao tema abordado.
Uma Questão de Semântica?
Por exemplo, sabemos bem que em
termos simples a gripe é um vírus, então porque insistir que qualquer infecção respiratória,
até mesmo a mais banal constipação seja baptizada de gripe?
Será a necessidade
de aumentar a gravidade que está quase sempre intrínseca no que se diz ter ou ser?
Ainda na área da saúde, a palavra
depressão é utilizada de forma tão exagerada que dava para outra conversa ainda
mais alargada, mas por agora ficamos apenas por referir que - depressão não é
uma doença mas sim um estado de espírito que pode levar a desequilíbrios na saúde,
e não – não se tem uma depressão por não ter comprado aqueles sapatos “lindérrimos”
que não conseguimos comprar ou porque está de chuva, ou porque tivemos um
desgosto de amor, ou porque o filho teve más notas, ou porque ficámos
desempregados , ou por qualquer problema que pode normalmente surgir no
dia-a-dia de cada um de nós.
Uma Questão de Semântica?
Nos jogos de palavras, os
exemplos são mais que muitos e sem querer exemplificar os mais badalados na
politica, na publicidade ou na comunicação social, porque tornaria esta
conversa interminável, apesar de nos parecer, por vezes, enternecedora a forma
como se usa a palavra “adoro”, não deixámos de nos rir de forma muito “carinhosamente
sarcástica” sobre as mil e uma maneiras de adorar de hoje em dia, ou seja - de
quase nada se gosta mas sim adora-se.
Entre adorar a Deus, ou chocolates,
ou o iPad ou o tal par de sapatos “lindérrimos”, ou o marido, ou os filhos, ou
o vizinho, ou até o amigo virtual, vai alguma distância, e aqui no Sótão da Gina pensamos que muito provavelmente
neste jogo de palavras ou há algo errado na semântica ou então há falta de
fitas métricas.
Quando se fala em beijo quase
sempre se pensa no beijo amoroso o que suscita risinhos e piadas, por isso a
conversa foi alongando-se no Sótão da Gina sobre a importância do beijo, os
diferentes tipos de beijo, e as opiniões divergentes, sobre quando é mais
apropriado o beijo ou o aperto de mão.
Beijo ou aperto de mão?
Uma marca de gelados fez, há
cerca de dois anos, uma campanha publicitária intitulada “Como Beija o Português,
envolvendo um inquérito de rua, onde foram efectuadas várias perguntas sobre o
beijo; como poderão ver no vídeo que colocámos no fim deste artigo, as
escolhas recaíram sempre nos beijos apaixonados ou sensuais; nada foi
mencionado sobre a importância de um beijo cheio de ternura a um filho por
exemplo, ou os beijos que os portugueses gostam de dar a todas as pessoas que
acabam de conhecer.
Este vídeo fez-nos pensar que se
realmente a maioria dos portugueses pensa que só o beijo sensual ou apaixonado é
importante, então não será que ao beijar a torto e a direito qualquer pessoa
que conheça, não está a contribuir para a banalização do mesmo?
- Por exemplo, faz algum sentido (?) beijarem-se em programas televisivos? Faz algum sentido (?)
beijar pessoas que está a conhecer numa reunião de trabalho ou de negócios? Não
será mais apropriado o aperto de mão?
Beijo ou aperto de mão?
Bem sabemos que cada cultura ou país
tem a sua própria regra de etiqueta ou costume sobre o beijo ou o aperto de mão;
em Portugal sempre se usou os dois beijos na face para familiares, pessoas
amigas ou conhecidas e o aperto de mão para todos os outros, excepto os homens
que nunca se beijam a não ser alguns pais e filhos. Noutros hemisférios os
costumes são diferentes e pode ser um insulto proceder de modo diferente, que
daí seja conveniente quando se viaja para fora de Portugal informar-se não vá
cometer uma gafe em que se envergonhará.
A conversa foi-se alongando num
género de crítica à banalização do beijo e dos “beijinhos” em Portugal, para
terminar com os beijos mais doces que são aqueles dados aos filhos enquanto
pequenos.
Beijo ou aperto de mão?
Sem desvalorizar de forma alguma
o beijo apaixonado que cremos que deve ser deixado no pedestal adequado - quem
não gosta dos beijos ternurentos dados a um filho bebé? Quem não ama as risotas
que um beijo repenicado provoca num bebé? Quem não adora um beijo roubado a um filho adolescente
que lhe diz – ó mãe aqui não!
O beijo desencadeia uma variedade de substâncias químicas que alteram o estado físico e emocional de tal forma, que a sua importância é demasiado alta para que seja assim banalizada (!) por isso, aqui no Sótão da Gina pensamos e aconselhamos uma reflexão sobre quando deve dar um beijo, dois beijos ou um simples e cordial aperto de mão.
No início do ano não faltam sugestões
de resoluções de ano novo por tudo quanto é comunicação social e publicações
online ou em papel, por isso no Sótão da
Gina a conversa soltou-se e debruçou-se neste tema sem que se chegasse a qualquer
consenso porque a verdade é que cada um tem a sua opinião.
Resoluções de Ano Novo – o que
diz? - Sim ou Não?
Resoluções de Ano Novo – Sim ou Não?
Para quem, como eu, não faz balanços
nem balancetes ao fim de um ano, será mais evidente não fazer qualquer tipo de
resolução de ano novo! É que os balanços, normalmente, faço-os todas as noites;
os balancetes, sempre que encerro algo que levou a “cabecinha pensadora” a
muitas noites de balanços. Os balancetes são como que o encerramento oficial de
um assunto, de um problema ou de um projecto de onde tiro as devidas
conclusões, lições e resoluções para futuros assuntos, problemas ou projectos.
Resoluções de Ano Novo – Sim ou Não?
Resumindo: - as resoluções -
faço-as sempre que acho oportuno, em vez de esperar por um novo ano. Mas isto,
sou apenas eu! Há amigas aqui no sótão que fazem promessas sobre resoluções que
cumprem à risca, outras que não passam à prática depois de fazer a lista, e há ainda
outras que curiosamente se dão ao trabalho de fazer a dita lista que guardam numa
caixa que só voltam a abrir no fim do ano para avaliar se as expectativas ou
promessas foram cumpridas ou superadas.
Resoluções à parte, todas as
formas, critérios e opiniões são importantes para cada um de nós, correspondem à
nossa forma de ser, pensar e funcionar, até porque com cada prática se vai
aprendendo se cada uma das resoluções valeu ao não a pena, se há que ajustar
algo para que a próxima experiência seja sempre melhor.
Apesar de não ter havido consenso
nesta conversa de hoje no Sótão da Gina sobre resoluções de fim de ano, porque
os sim e os não ficaram empatados, houve duas questões muito interessantes: 1-
divertimento a falar de assuntos sérios, 2- unanimidade na ideia de que as
resoluções são sempre importantes desde que bem fundamentadas, relevantes e sirvam
para o bem-estar físico, intelectual e espiritual de cada um de nós.
Resoluções de Ano Novo – Sim ou Não?
Assim, e porque tudo depende de si,
terminamos como começámos:
Estamos à beira do fim de mais um
ano, e no Sótão da Gina fala-se hoje sobre a vida, sobre o que ficou para trás
e o que nos espera no próximo ano de 2015, se tivermos em mente a arte de viver com um propósito, um objectivo bem definido.
Em 2014 o que ficou para trás
para trás ficou; o que de bom aproveitou será de grande utilidade retirar as ilações
de como o conseguiu e beneficiar das lições que aprendeu para que em 2015 a
vida lhe seja mais fácil e generosa.
O povo costuma dizer “viver não
custa, o que custa é saber viver”, ao que acrescento que custa ainda mais
quando se vive com um propósito, sem muito se desviar dele.
Apesar de difícil, a arte de
viver com um propósito é sinónimo de um desenvolvimento pessoal muito
gratificante dando a sensação de saber o que queremos, porque e para que
queremos, quando e para onde vamos, porque na meta final está lá o tal
propósito à nossa espera.
A Arte de Viver Com Um Propósito
Nessa arte de viver deve estar a
harmonia como estado essencial e discreto, assim como o dom de julgar bem que é
o oposto da falta de critério ou escolhas erradas.
Para que a harmonia e o dom de
julgar bem seja parte do nosso quotidiano é necessário ter noção de como
conseguir ser mestre em algumas virtudes:
- Paciência - essencial para saber lidar com os diferentes tipos e
feitios de pessoas.
- Prudência - não confiar em tudo e todos indevidamente sem
discretamente questionar.
- Persistência - não desistir à primeira sem analisar e dar uma
segunda oportunidade.
- Prazer- tirar prazer do que faz é a troca intelectual mais compensadora.
Assim, seguindo este raciocínio, aqui no Sótão
da Gina fazemos votos para que em 2015, com paciência, prudência e persistência
tenha todo o prazer e harmonia na arte de viver com um propósito; se por
ventura crê que ainda não encontrou o seu propósito, está então na hora da reflexão,
porque quando o encontrar vai ver que o prazer será bem maior.
Estando a uma semana do Natal a
conversa no Sótão da Gina incide em como se vive o Natal no mundo cristão e
perguntamo-nos como viver o Natal neste Planeta Terra tão consumista.
Como Viver o Natal
A narrativa histórica do Natal é simples
e diz: “Por aqueles dias, saiu um édito da parte de César Augusto para ser
recenseada toda a terra. Este recenseamento foi o primeiro que se fez, sendo
Quirino governador da Síria. Todos iam recensear-se, cada qual à sua própria
cidade. Também José, deixando a cidade de Nazaré, na Galileia, subiu até à
Judeia, à cidade de David, chamada Belém, por ser da casa e linhagem de David,
a fim de se recensear com Maria, sua esposa, que se encontrava grávida. E,
quando eles ali se encontravam, completaram-se os dias de ela dar à luz e teve
o seu filho primogénito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por
não haver lugar para eles na hospedaria” (Lucas 2,1-7), mas na realidade dos
nossos dias quantos de nós celebramos a história do Natal com a importância e
simplicidade que a mesma merece?
Como Viver o Natal
A narrativa histórica continua
com a visita dos pastores, a aparição dos anjos e o cântico que é mensagem para
todos: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens por Ele amados”. A
esperança renovada pelo nascimento de Jesus, o filho de Deus, faz redobrar a
alegria em todos nós e a vontade de a partilhar é ainda maior que noutras
alturas do ano.
Paz e fraternidade são os desejos
partilhados, acompanhados de presentes em memória dos que recebeu Jesus pelos
pastores e Reis Magos.
No mundo consumista actual, a
simplicidade e beleza do Natal é tantas vezes abalada que a narrativa real e simples
sobre o nascimento de Jesus é preterida em torno duma festa pagã cheia de
exageros em presentes e festas ao longo de todo o mês de Dezembro.
Como Viver o Natal
A vontade geral no Sótão da Gina
é de que se regresse ao essencial e simples, colocando Jesus no centro da celebração,
dando preferência ao belo que é estarmos e sermos presentes, dar-nos a quem de nós
precisa, em torno dos sentimentos nobres e profundos que nos ligam, porque só assim
saberemos, verdadeiramente, como viver o Natal da narrativa simbolicamente histórica
do dia 25 de Dezembro.
Aproxima-se a quadra do Natal e Ano Novo, tão propícia a exageros
alimentares, e vai daí que a conversa no Sótão da Gina começa na importância de
evitar os exageros e depois avança para o mito das “tão na moda - bebidas detox”.
O Mito das Bebidas “DETOX”
Uma alimentação regular, regrada, variada e sem exageros é
sem dúvida alguma a resposta para uma vida saudável. Quantas pessoas não têm
doenças endócrinas pelo exagero da quantidade de alimentos ou bebidas alcoólicas
ingeridos no seu dia-a-dia?
Já abordámos o tema da alimentação saudável aqui no sótão neste
dois artigos que pode ler ou reler sobre Verdades Sobre uma Alimentação Saudável ou Somos o Que Comemos porque é um assunto que nos preocupa e que pretendemos
continuar a desmistificar alguns conceitos de moda na alimentação que nos
parecem errados.
Há quem pense que pode seguir comendo em exagero e beber ainda
mais bebidas alcoólicas, que as apregoadas bebidas detox farão os milagres
necessários para se sentirem bem.
O Mito das Bebidas “DETOX”
Há receitas a correr pela internet à velocidade da luz, proclamando
verdadeiros milagres; a maior parte dessas receitas não tem qualquer credibilidade,
são levadas de boca-em-boca como
autênticas mezinhas miraculosas, e algumas até podem contribuir para alguns desarranjos
intestinais se continuadas. Estas são de maneira geral aquelas a que se
misturam vegetais como bróculos, couve ou
salsa para nomear apenas alguns exemplos.
Preparar os
seus próprios sumos ou batidos de frutas ou vegetais é algo definitivamente
benéfico e deverá ser entendido com o propósito de ingerir alimentos na sua
forma mais natural e rica em nutrientes, e não como uma cura para um qualquer
alegado mal.
O Mito das Bebidas “DETOX”
Hoje em dia, para quem não tem formação na área da nutrição, torna-se realmente difícil para o cidadão comum conseguir diferenciar a verdade do mito, porque os negócios das bebidas detox e dos smothies tem
proliferado por todo o lado e os sites a proclamar o seu sucesso replicam-se de
forma quase desonesta.
A verdade é que um novo nicho de mercado, e bem lucrativo
por sinal, é o que está por detrás da rápida ascensão da moda das bebidas detox
e smothies.
O Mito das Bebidas “DETOX”
Mas também a bem da verdade, de vez em quando surge alguém altamente
credenciado a finalmente desmistificar o mito, e neste caso em concreto o
jornal britânico “The Guardian” publicou
há poucos dias este artigo que recomendo vivamente para clarificação e aprofundamento
deste tema,
mas se porventura o inglês não for idioma que domine, pode ler, ainda que
bastante abreviado, o mesmo assunto, no jornal português O Observador.
Em Outubro passado, o jornal “The Guardian” havia publicado
um artigo muito interessante sobre Edzard Ernst, o cientista e professor de
Medicinas Alternativas na Universidade de
Exeter no Reino Unido, que com rigor e sem papas na
língua, é autor da desmistificação do
mito sobre as bebidas detox que pode ler aqui
O Mito das Bebidas “DETOX”
Aqui no Sótão da Gina, a conversa sobre o mito das bebidas
detox deixou-nos com alguma sede e por isso vamos preparar um sumo de cenoura e
laranja e bebê-lo de imediato para que não oxide e não perca os seus excelentes
nutrientes ricos em vitamina A e C.
De vez em quando surgem ocorrências que nos levam a
questionar como as sociedades praticam e lidam com a transparência de seus
actos de cidadania, e nestes últimos meses em Portugal, têm surgido casos, quase,
como que em catadupa, que fazem com que esta conversa no Sótão da Gina se
incida sobre a importância da transparência para o bem comum.
A Importância da Transparência
Os casos, os ditos casos que têm surgido e inundado Portugal
e arredores, de novas crenças e descrenças em certas pessoas, e ou
instituições, não os vamos citar e ficam apenas no segredo das paredes do Sótão
da Gina porque são um tanto feios para aparecerem aqui neste espaço de
multicores, boas sensações e cheiros agradáveis.
Falemos e meditemos então, um pouco, sobre a transparência e
a sua importância no quotidiano de forma abstracta e no sentido mais lato.
Transparência para que te quero?
Basicamente para não iludir e viver de consciência tranquila
e aberta de que os nossos actos não têm nada de perverso e a esconder. Mas mais
importante é fazê-lo porque se sente a necessidade de nada esconder e viver uma
vida de livro aberto.
Ser e parecer devem ser iguais?
Ser e parecer devem ser definitivamente sempre iguais, se se
pauta por uma vida de transparência. De que vale parecer algo que não é, ou
dizer que tem algo que afinal nunca teve ou vice-versa? Alimentar o ego é o único objectivo do ser e parecer
diferente, e isso não é compatível com o alimento da alma, por isso, mais
tarde ou mais cedo o tal ser e parecer diferente para impressionar, deixam
sempre um grande amargo de boca.
A Importância da Transparência
Se por um lado, há os que aparentam ser ou ter algo que não
são por complexo, querendo mostrar quem os rodeia que são mais e têm mais, há
outros que fazem o oposto, demonstrando que pouco têm, escondendo dos demais as suas verdadeiras posses ou património, ao mesmo tempo que dão à sociedade um
ar de coitados, remediados ou até austeros.
Nem tudo o que parece é?
A má utilização das redes sociais tem ajudado a que esta
frase esteja cada vez mais em alta: - nem tudo o que parece é! O que é pena, o
que é lamentável, o que é triste, e por aí fora em sinónimos sobre o que é
lastimável; é que na sequência da popularidade
que muitas pessoas logram ter nas redes sociais, a mesma também tem contribuído para que em
geral, as sociedades cada vez pratiquem menos a desejada transparência no seu
quotidiano, o tal do "ser fiel a si próprio" deixou de fazer sentido para essas
pessoas.
Não há fumo sem fogo?
É impossível a não ser que seja imediatamente extinto, mas
mesmo assim já ardeu nem que seja apenas um instante. Se nas redes sociais o
alimento do ego é talvez o predominante, por vezes também serve para que os que
não praticam nem dão qualquer importância à transparência dos seus actos, sejam
ridicularizados publicamente quase à velocidade da luz quando são descobertos
que andavam a tentar ludibriar o próximo.
A Importância da Transparência
Aqui no Sótão deixamos a dica: - se nunca deu muita importância
a esta “coisa” da transparência e a sua importância no seu quotidiano, pense
melhor no assunto; se está presente numa
rede social a partilhar tudo e mais alguma coisa que não corresponde à
realidade da sua vida, então pense a dobrar porque é mesmo “importante” dar
importância à transparência na vida de qualquer um de nós.
Será que sabemos mesmo o que é a felicidade e o valor que a mesma tem só
para nós, sem olhar para o lado?
Já em Março de 2013 havia escrito
algo sobre a felicidade aqui mas hoje a conversa no Sótão da Gina alarga-se também para os valores e extravasa
sobre o mito e a realidade sobre a felicidade.
O que é isto da felicidade para
si?
Valores e Felicidade – do Mito à Realidade
Para mim, eu sei bem o que é, e
pode ser apenas isto,
que em nada poderá ter a ver com o
conceito de valores e felicidade do mito ou da realidade, que rodeia qualquer
uma das minhas amigas aqui reunidas à volta desta conversa, ou de quem muito
atentamente me está a ler, e nisso não há mal algum, até porque por vezes é na
diferença que está a felicidade.
Mas afinal o que é isto da
felicidade para cada um de nós?
Estudos efectuados por quem é entendido
nesta matéria, o sociólogo português Dr. Rui Brites, revelam:
Os países mais felizes do mundo estão todos no
Norte da Europa: Dinamarca, Finlândia, Noruega. Os mais infelizes são dos mais
pobres da África subsariana: Togo, Benim e República Centro-Africana.
No primeiro Relatório Mundial sobre Felicidade,
elaborado pela Universidade de Colúmbia a pedido das Nações Unidas (ONU),
Portugal ficou classificado no lugar 73, a meio de um ranking com 156 nações,
mas atrás de 22 dos 27 Estados-membros da União Europeia. Apesar de existir uma
ligação entre a riqueza e o bem-estar das pessoas, o estudo concluiu que
factores como liberdade política, laços sociais fortes e a ausência de
corrupção são igualmente importantes.
Os dados deste ranking foram recolhidos entre 2005 e
2011 e, numa escala de 0 a 10, foi pedido aos entrevistados que avaliassem a
qualidade de vida, sendo 0 a pior vida possível e 10 a melhor vida possível. No
caso de Portugal, a avaliação média de vida dos entrevistados foi de 5,4, uma
classificação que os autores do estudo descrevem como uma situação de bem-estar
moderado, pouco consistente, ou de um certo receio em relação ao futuro.
Rui Brites, sociólogo e professor
do Instituto Superior de Economia e Gestão, da Universidade Técnica de Lisboa afirma:
"Faz parte da idiossincrasia
portuguesa: fugimos dos extremos. Os portugueses nunca estão muito bem nem
muito mal. Vão andando". Para este investigador, que tem trabalhado na
área da avaliação do bem-estar e da felicidade, estes resultados são
"consistentes" com outros estudos publicados nos últimos anos. No entanto,
alerta para a dificuldade de se fazerem comparações entre países. "Quando
perguntamos apenas às pessoas qual o seu grau de felicidade, é complicado
depois comparar países porque as realidades culturais são diferentes e os
resultados finais não têm em conta essas especificidades".
Segundo os estudos efectuados por
Rui Brites, Portugal apesar de se situar sensivelmente a meio do ranking a
nível mundial, fica atrás de 22 dos países da UE, estando apenas à frente da
Roménia, Hungria, Letónia e Bulgária. Estes resultados são idênticos aos
registados noutros inquéritos anteriores sobre felicidade e bem-estar, como o
que foi realizado em 2008 pela European Social Survey: Portugal ficou
classificado no penúltimo lugar entre 15 países europeus.
A correlação entre a
felicidade/bem-estar e o optimismo é "muito forte", sendo que a
tendência é para que os países "mais felizes" sejam "mais
optimistas relativamente ao futuro" e que os menos felizes sejam também os
mais "pessimistas". "Os portugueses encontram-se habitualmente
entre os mais pessimistas e, nesse aspecto, apresentam um padrão de
identificação mais próximo dos cidadãos dos antigos países comunistas da Europa
de Leste do que dos restantes países europeus: têm menores níveis de confiança
social, e não acreditam tanto nas instituições nacionais", refere. Ainda
assim, considera que os portugueses não devem ser olhados como pessoas
infelizes. "Não somos tão felizes como noutros países, como é o caso dos
países nórdicos, mas somos felizes ", conclui Rui Brites.
Quem quiser ler os resultados dos
estudos de Rui Brites na integra pode vê-lo e inclusivamente fazer o download do mesmo aqui.
Valores e Felicidade – do Mito à Realidade
Estudos são úteis e dão-nos uma
ideia da opinião generalizada das populações mas é isso e apenas isso que nos
dá: uma ideia, uma opinião generalizada, que muitas vezes está ainda enraizada
em certas sociedades como a portuguesa com o critério miserabilista do “vamos
andando”.
Se todos os portugueses
partilhassem da ideia do “vamos andando” seguramente que os festivais de Verão
não estariam todos cheios, só para citar um ínfimo exemplo.
É evidente que a felicidade tem
dias, e é impossível estar e ser feliz todos os dias, mas de maneira geral os
portugueses até deviam estar no pelotão da frente nem que fosse pelo Sol que
nos é brindado a cada dia e o oceano que nos banha em tão grande parte do país;
para mencionar apenas alguns dos atributos deste país à beira-mar e no início
da Europa.
- Será que os portugueses continuam
a pensar que ser feliz é apenas e só ter, ter mais e mais, consumir e fazer
inveja?
- Será que os portugueses estão
convictos de que ter é mais importante que ser?
- Será mesmo mito ou realidade que
a sociedade portuguesa de ontem do “vai-se andando” nem sabe afinal o que é a
felicidade?
- Será que a sociedade portuguesa
dos festivais de Verão é a mesma do “vai-se andando”?
- Será que a sociedade portuguesa
de hoje se desprende do que ouve dizer aos mais velhos (vai-se andando) e fala
só por si, do que quer, do que gosta, do que o faz feliz sem olhar para o lado?
- Quais serão os valores intrinsecos na felicidade dos povos do norte da Europa?
Valores e Felicidade – do Mito à Realidade
No Sótão da Gina, a conversa
continuaria a dissecar sobre estas perguntas que deixamos no ar, e que cada um
poderá reflectir e chegar às suas conclusões, mas como remate aqui vai a
última: - será que entre o mito e a realidade sobre os
valores e a felicidade, as sociedades, não
só a portuguesa mas qualquer uma delas, terão
algum dia a capacidade de se renovar e ser mais fiéis a si próprias? Já agora, porque alegria também é felicidade, cante, dance ou faça as duas coisas se lhe apetecer, este tema tão badalado de Pharrell Williams - Happy
Hoje a conversa no Sótão da Gina
começou pelo aroma agradável a erva fresca que anda no ar nestas últimas manhãs,
e foi desenvolvendo-se dentro dos aromas, mas foi deslizando para algo mais complexo e
interessante como as feromonas e a lei
da atracção.
A Lei da Atracção e as Feromonas
Sobre a lei da atracção, quem não
se lembra do livro e o filme “O Segredo” que foram um tremendo sucesso e cuja
teoria basicamente faz crer que - se
souber e pensar no que quer com bastante convicção, sentir e comportar-se como
se o que quer está a caminho e estar aberto para recebê-lo, vai ser bem sucedido.
Há quem diga que esta teoria vem da Física Quântica, mas também há quem
afirme que não há qualquer relação ou veracidade.
Já em 1879 o jornal New York
Times usou a expressão "lei da atracção", portanto a frase não é de
todo nova, e as dúvidas continuam a persistir nos dias de hoje.
Haverá então alguma verdade nesta
teoria da “lei da atracção” do focar em querer, desejar e simplesmente ter, ou
haverá algo mais que faça com que isso aconteça, ou não?!
De teorias estamos nós cheios e é
da prática que se vive certo?
A Lei da Atracção e as Feromonas
Vejamos então o que a comunidade
científica descobriu, e que só há poucos anos se começou a divulgar criando, no
entanto, aquela duvidazinha no canto do cérebro dos cépticos.
- A actividade
e conduta dos animais estão influenciadas não só pelas suas hormonas libertadas
pelas glândulas endócrinas mas também pelas feromonas.
Feroquê? - Feromonas, cuja palavra
é composta por duas partes que vêm do grego φέρω phero "transmitir" e
hormona, do grego ὁρμή "excitar", são substâncias com odor,
produzidas e segregadas pelas glândulas exócrinas. Este odor único, ao ser
libertado exerce influência sobre a conduta de outros animais da mesma espécie.
Serão então as feromonas responsáveis
pela química que existe quase de imediato entre certas pessoas? E a chamada
antipatia ou aversão imediata, sem razão aparente, ao conhecer certas pessoas,
será também culpa das feromonas?
A Lei da Atracção e as Feromonas
Os estudos efectuados pela
comunidade científica têm sido feitos em animais irracionais e as conclusões
que têm sido surpreendentes levam a concluir que as feromonas funcionam da
mesma forma nas pessoas, apenas com algum grau de desvio, devido à utilização
de produtos com cheiro como cremes, loções, desodorizantes e perfumes. Hum,
quem já não ouviu uma amiga dizer: - O meu perfume não cheira tão bem em ti! Claro
que esta observação também se deverá ao facto de que amigas nunca deveriam
jamais ou em tempo algum usar o mesmo perfume, mas adiante… vamos continuar
focados nas feromonas, essas substâncias malandras que transmitem e excitam.
A Lei da Atracção e as Feromonas
Ao que parece, a comunidade
humana comunica-se quimicamente antes de o fazer fisicamente. Quase que parece
uma triagem, que resulta na aceitação ou rejeição e imagina-se logo um sketch
humorístico que de imediato nos provoca algumas gracinhas e risos, mas voltando
a factos concretos e sérios - o cocktail químico entre o estrogénio,
testosterona, dopamina, serotonina, norepinefrina e adrenalina que tanto afecta
e influencia as condições de saúde e estado de espírito de cada um, não está só
porque chega-se à conclusão que se juntam as feromonas contribuindo em grande parte
para a explicação na percepção do modo de funcionar do cérebro quando sente a
tal atracção ou rejeição por alguém.
A Lei da Atracção e as Feromonas
Há quem, com espírito
empreendedor, se dedique a fabricar feromonas, óbviamente artificiais, para serem usadas
como perfume. Se tem curiosidade pode ver aqui: PERFUME COM FEROMONAS PARA MULHER
Temas baseados no universo dos
sentidos é fascinante e dá para conversas bem longas, mas esta tem que ter um
fim e no Sótão da Gina, fica a dúvida no ar sobre quem tem razão: - quem acredita na lei da atracção ou quem
acredita nas feromonas? Também há quem acredite nas duas teorias. Já agora, que
nos está a ler, acredita em qual?
“Multitasking” que em português pode
traduzir-se por multitarefas, é algo bastante útil a qualquer um que goste e saiba manter-se
activo e produtivo em várias tarefas em simultâneo. No Sotão da Gina, hoje a
conversa vai um pouco além do simples multitasking e centra-se na reflexão de qual o preço a pagar em ser um “media
multitasker”.
Haverá na verdade, alguma vantagem
em ser um “media multitasker”, ou será que no futuro o preço a pagar pode ser
demasiado alto em relação ao seu verdadeiro benefício!
De maneira geral, as mulheres
estão desde há muito habituadas a executar multitarefas, seja em casa ou no
emprego, umas melhores que outras adaptam-se a essa realidade que nada mais se
transforma em necessidade. É evidente que enquanto uma boa organização ajuda a
que essas multitarefas sejam mais bem executadas, e a procrastinação seja a
maior inimiga, com alguma mestria a mulher foi também adaptando-se e habituando-se
a utilizar meios tecnológicos para facilitar e aligeirar as suas multitarefas.
“Media Multitasker” – Qual o Preço a Pagar?
Como em tudo, um bom peso e
medida deve ser a melhor bitola, um qualquer “media multitasker” não deveria ter
qualquer problema se não fosse o exagero. Os meios tecnológicos que podem ser uma
ajuda de grande utilidade podem tornar-se num vício que impede o sentido
criativo de ser exercido com a sua normalidade.
Para quase tudo há uma qualquer
aplicação no telemóvel, no tablet ou no computador que não só pode facilitar o
trabalho de cada um, como pode também impossibilitar muitas vezes o raciocínio
rápido ou reacção espontânea da inteligência ou da perspicácia.
Em termos mais pessimistas dá
para pensar que se caminha a passos largos para que a máquina nos comande em
vez de sermos nós a comandarmos a máquina.
Somos seres de hábitos, e os maus,
normalmente têm inevitavelmente um resultado negativo no organismo e por consequência
na saúde e bem-estar. O “media multitasking” utilizado no exagero, para além de incapacitar o sentido criativo, o raciocínio ou o simples puxar pelos
neurónios para tarefas comuns, está também a dar indícios de outros problemas a nível cerebral que poderão ser mais graves.
“Media Multitasker” – Qual o Preço a Pagar?
Existem estudos sobre o consumo
exagerado de informação e a sua função cerebral já é assim conhecida. Há vários
trabalhos de investigação que aludem a redução da atenção e da concentração, assim
como a distúrbios emocionais tais como ansiedade e depressão. Surgiu entretanto o resultado de um novo
estudo conduzido por Kep Kee Loh e Ryota Kanai da Universidade de Sussex em Brighton,
Reino Unido, que veio relacionar a redução efectiva da massa cinzenta de uma
zona do cérebro com a execução simultânea de tarefas ou seja “media
multitasking”.
“Media Multitasker” – Qual o Preço a Pagar?
Dizem os cientistas que a redução
observada na massa cinzenta não estabelece uma relação causa efeito, e que
serão necessários estudos mais aprofundados e detalhados, mas assinalam também que
foi a primeira vez em que se descobriu um vínculo directo entre o hábito
exagerado de consumo de media e multitasking a uma alteração concreta na estrutura
do cérebro. Ver estudo aqui.
“Media Multitasker” – Qual o Preço a Pagar?
No Sotão da Gina pensamos que o
preço a pagar por qualquer exagero é normalmente elevado e um desperdício nefasto.
Para ser um “media multitasker” não será necessário pagar qualquer preço desde
que se seja moderado e se utilize o que está à disposição para facilitar a
vida, mas nunca para impedir a utilização dos neurónios de forma normal,
racional e saudável.
O Sótão da Gina mora, namora, e deixa-se
enamorar pelo campo, e por isso, hoje surge a conversa sobre o que é viver no campo mas na óptica de uma urbana,
que é a sua anfitriã.
Viver no campo na perspectiva de
quem nasceu e cresceu nele, é muito diferente da de quem nasceu numa cidade
cheia de rebuliço, seja ela onde for.
Viver no Campo
Há cidades cheias de agitação mas
também cheias de charme, de isso não há qualquer dúvida, e o campo não as pode substituir
porque cada um ocupa o seu lugar na diversidade que nos é oferecida, queiramos
nós usufruir dela.
O viver no campo é como um regresso à paz, à natureza, à terra, a bem
dizer à casa que sempre foi nossa e nos foi oferecida a custo zero.
Viver no campo é sinónimo de
liberdade, espaço, silêncio, ar puro, e isto concretiza-se por exemplo, na
liberdade que se traduz em não ter necessidade de ter cortinas e poder olhar a
imensidão do campo com clareza; de abrir as janelas e sentir os aromas
campestres e ouvir os sons bucólicos.
Viver no Campo
A qualidade e riqueza de viver no
campo é incalculável e não podem, de forma alguma, ser substituídas pelo luxo
que poderá ser proporcionado em morar em algumas cidades cosmopolitas.
Claro que há contrariedades em
viver no campo, e há que querer e saber adaptar-se porque a compensação é superior
ao transtorno! A qualidade de serviços que é orientada para as cidades e
litoral, é sempre inferior e escassa, mas o ditado popular que diz “quem vai
para o mar abastece-se em terra” diz tudo a quem deixa um qualquer centro
urbano para viver no campo. Por vezes basta uma melhor organização ou gestão de
recursos para se obter equilíbrio.
Viver no Campo
Viver no campo não é de todo para
todos, e normalmente muitos dos que são do campo não vêem a parte romântica que
o viver no campo transmite a uma urbana como eu. São gostos!
Há quem não goste e não consiga
adormecer no silêncio, passar sem ir ao café ao fundo da rua, à tabacaria ou ao
quiosque comprar o jornal, sem ir à mercearia a pé, ou ao centro comercial
dia-sim-dia-sim. São gostos!
Há quem diga que se vivesse no
campo “morreria de tédio”. São gostos!
Viver no Campo
Eu digo:
- Enquanto houver campo que me acolha, jamais
morrerei de tédio!
O campo oferece-me uma fonte inesgotável
de curiosidades e de saberes que brotam da terra a cada ciclo de forma idêntica, ao mesmo tempo que diferente; mas é preciso saber e gostar de observar, de ter
curiosidade, de ter a humildade suficiente em querer aprender algo mais a cada
dia, a cada estação, a cada luar, a cada nascer do sol, a desligar todas as
luzes e observar as estrelas em absoluto silêncio e dar graças à imensidão de
riqueza que a natureza nos dá.
Por tudo isto, no Sótão da Gina
ouve-se em uníssono “é bom viver no
campo”.
Já agora aqui vai um mimo. Alguma vez ouviu as Quatro Estações de Vivaldi no silêncio e beleza do campo? É sublime!