O Sótão da Gina mora, namora, e deixa-se
enamorar pelo campo, e por isso, hoje surge a conversa sobre o que é viver no campo mas na óptica de uma urbana,
que é a sua anfitriã.
Viver no campo na perspectiva de
quem nasceu e cresceu nele, é muito diferente da de quem nasceu numa cidade
cheia de rebuliço, seja ela onde for.
Viver no Campo |
Há cidades cheias de agitação mas
também cheias de charme, de isso não há qualquer dúvida, e o campo não as pode substituir
porque cada um ocupa o seu lugar na diversidade que nos é oferecida, queiramos
nós usufruir dela.
O viver no campo é como um regresso à paz, à natureza, à terra, a bem
dizer à casa que sempre foi nossa e nos foi oferecida a custo zero.
Viver no campo é sinónimo de
liberdade, espaço, silêncio, ar puro, e isto concretiza-se por exemplo, na
liberdade que se traduz em não ter necessidade de ter cortinas e poder olhar a
imensidão do campo com clareza; de abrir as janelas e sentir os aromas
campestres e ouvir os sons bucólicos.
Viver no Campo |
A qualidade e riqueza de viver no
campo é incalculável e não podem, de forma alguma, ser substituídas pelo luxo
que poderá ser proporcionado em morar em algumas cidades cosmopolitas.
Claro que há contrariedades em
viver no campo, e há que querer e saber adaptar-se porque a compensação é superior
ao transtorno! A qualidade de serviços que é orientada para as cidades e
litoral, é sempre inferior e escassa, mas o ditado popular que diz “quem vai
para o mar abastece-se em terra” diz tudo a quem deixa um qualquer centro
urbano para viver no campo. Por vezes basta uma melhor organização ou gestão de
recursos para se obter equilíbrio.
Viver no Campo |
Viver no campo não é de todo para
todos, e normalmente muitos dos que são do campo não vêem a parte romântica que
o viver no campo transmite a uma urbana como eu. São gostos!
Há quem não goste e não consiga
adormecer no silêncio, passar sem ir ao café ao fundo da rua, à tabacaria ou ao
quiosque comprar o jornal, sem ir à mercearia a pé, ou ao centro comercial
dia-sim-dia-sim. São gostos!
Há quem diga que se vivesse no
campo “morreria de tédio”. São gostos!
Viver no Campo |
Eu digo:
- Enquanto houver campo que me acolha, jamais
morrerei de tédio!
O campo oferece-me uma fonte inesgotável
de curiosidades e de saberes que brotam da terra a cada ciclo de forma idêntica, ao mesmo tempo que diferente; mas é preciso saber e gostar de observar, de ter
curiosidade, de ter a humildade suficiente em querer aprender algo mais a cada
dia, a cada estação, a cada luar, a cada nascer do sol, a desligar todas as
luzes e observar as estrelas em absoluto silêncio e dar graças à imensidão de
riqueza que a natureza nos dá.
Por tudo isto, no Sótão da Gina
ouve-se em uníssono “é bom viver no
campo”.
Já agora aqui vai um mimo. Alguma vez ouviu as Quatro Estações de Vivaldi no silêncio e beleza do campo? É sublime!