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terça-feira, 7 de outubro de 2014

Viver no Campo

O Sótão da Gina mora, namora, e deixa-se enamorar pelo campo, e por isso, hoje surge a conversa sobre o que é viver no campo mas na óptica de uma urbana, que é a sua anfitriã.

Viver no campo na perspectiva de quem nasceu e cresceu nele, é muito diferente da de quem nasceu numa cidade cheia de rebuliço, seja ela onde for.

Viver no Campo
Há cidades cheias de agitação mas também cheias de charme, de isso não há qualquer dúvida, e o campo não as pode substituir porque cada um ocupa o seu lugar na diversidade que nos é oferecida, queiramos nós usufruir dela.

O viver no campo é como um regresso à paz, à natureza, à terra, a bem dizer à casa que sempre foi nossa e nos foi oferecida a custo zero.

Viver no campo é sinónimo de liberdade, espaço, silêncio, ar puro, e isto concretiza-se por exemplo, na liberdade que se traduz em não ter necessidade de ter cortinas e poder olhar a imensidão do campo com clareza; de abrir as janelas e sentir os aromas campestres e ouvir os sons bucólicos.

Viver no Campo
A qualidade e riqueza de viver no campo é incalculável e não podem, de forma alguma, ser substituídas pelo luxo que poderá ser proporcionado em morar em  algumas cidades cosmopolitas.

Claro que há contrariedades em viver no campo, e há que querer e saber adaptar-se porque a compensação é superior ao transtorno! A qualidade de serviços que é orientada para as cidades e litoral, é sempre inferior e escassa, mas o ditado popular que diz “quem vai para o mar abastece-se em terra” diz tudo a quem deixa um qualquer centro urbano para viver no campo. Por vezes basta uma melhor organização ou gestão de recursos para se obter equilíbrio.

Viver no Campo
Viver no campo não é de todo para todos, e normalmente muitos dos que são do campo não vêem a parte romântica que o viver no campo transmite a uma urbana como eu. São gostos!

Há quem não goste e não consiga adormecer no silêncio, passar sem ir ao café ao fundo da rua, à tabacaria ou ao quiosque comprar o jornal, sem ir à mercearia a pé, ou ao centro comercial dia-sim-dia-sim. São gostos!

Há quem diga que se vivesse no campo “morreria de tédio”. São gostos!

Viver no Campo
Eu digo:

-  Enquanto houver campo que me acolha, jamais morrerei de tédio!

O campo oferece-me uma fonte inesgotável de curiosidades e de saberes que brotam da terra a cada ciclo de forma idêntica, ao mesmo tempo que diferente; mas é preciso saber e gostar de observar, de ter curiosidade, de ter a humildade suficiente em querer aprender algo mais a cada dia, a cada estação, a cada luar, a cada nascer do sol, a desligar todas as luzes e observar as estrelas em absoluto silêncio e dar graças à imensidão de riqueza que a natureza nos dá.

Por tudo isto, no Sótão da Gina ouve-se em uníssono “é bom viver no campo”.  

Já agora aqui vai um mimo. Alguma vez ouviu as Quatro Estações de Vivaldi no silêncio e beleza do campo? É sublime!


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