“Multitasking” que em português pode
traduzir-se por multitarefas, é algo bastante útil a qualquer um que goste e saiba manter-se
activo e produtivo em várias tarefas em simultâneo. No Sotão da Gina, hoje a
conversa vai um pouco além do simples multitasking e centra-se na reflexão de qual o preço a pagar em ser um “media
multitasker”.
Haverá na verdade, alguma vantagem
em ser um “media multitasker”, ou será que no futuro o preço a pagar pode ser
demasiado alto em relação ao seu verdadeiro benefício!
De maneira geral, as mulheres
estão desde há muito habituadas a executar multitarefas, seja em casa ou no
emprego, umas melhores que outras adaptam-se a essa realidade que nada mais se
transforma em necessidade. É evidente que enquanto uma boa organização ajuda a
que essas multitarefas sejam mais bem executadas, e a procrastinação seja a
maior inimiga, com alguma mestria a mulher foi também adaptando-se e habituando-se
a utilizar meios tecnológicos para facilitar e aligeirar as suas multitarefas.
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“Media Multitasker” – Qual o Preço a Pagar? |
Como em tudo, um bom peso e
medida deve ser a melhor bitola, um qualquer “media multitasker” não deveria ter
qualquer problema se não fosse o exagero. Os meios tecnológicos que podem ser uma
ajuda de grande utilidade podem tornar-se num vício que impede o sentido
criativo de ser exercido com a sua normalidade.
Para quase tudo há uma qualquer
aplicação no telemóvel, no tablet ou no computador que não só pode facilitar o
trabalho de cada um, como pode também impossibilitar muitas vezes o raciocínio
rápido ou reacção espontânea da inteligência ou da perspicácia.
Em termos mais pessimistas dá
para pensar que se caminha a passos largos para que a máquina nos comande em
vez de sermos nós a comandarmos a máquina.
Somos seres de hábitos, e os maus,
normalmente têm inevitavelmente um resultado negativo no organismo e por consequência
na saúde e bem-estar. O “media multitasking” utilizado no exagero, para além de incapacitar o sentido criativo, o raciocínio ou o simples puxar pelos
neurónios para tarefas comuns, está também a dar indícios de outros problemas a nível cerebral que poderão ser mais graves.
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“Media Multitasker” – Qual o Preço a Pagar? |
Existem estudos sobre o consumo
exagerado de informação e a sua função cerebral já é assim conhecida. Há vários
trabalhos de investigação que aludem a redução da atenção e da concentração, assim
como a distúrbios emocionais tais como ansiedade e depressão. Surgiu entretanto o resultado de um novo
estudo conduzido por Kep Kee Loh e Ryota Kanai da Universidade de Sussex em Brighton,
Reino Unido, que veio relacionar a redução efectiva da massa cinzenta de uma
zona do cérebro com a execução simultânea de tarefas ou seja “media
multitasking”.
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“Media Multitasker” – Qual o Preço a Pagar? |
Dizem os cientistas que a redução
observada na massa cinzenta não estabelece uma relação causa efeito, e que
serão necessários estudos mais aprofundados e detalhados, mas assinalam também que
foi a primeira vez em que se descobriu um vínculo directo entre o hábito
exagerado de consumo de media e multitasking a uma alteração concreta na estrutura
do cérebro.
Ver estudo aqui.
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“Media Multitasker” – Qual o Preço a Pagar? |
No Sotão da Gina pensamos que o
preço a pagar por qualquer exagero é normalmente elevado e um desperdício nefasto.
Para ser um “media multitasker” não será necessário pagar qualquer preço desde
que se seja moderado e se utilize o que está à disposição para facilitar a
vida, mas nunca para impedir a utilização dos neurónios de forma normal,
racional e saudável.