quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Beijo ou aperto de mão?

Quando se fala em beijo quase sempre se pensa no beijo amoroso o que suscita risinhos e piadas, por isso a conversa foi alongando-se no Sótão da Gina sobre a importância do beijo, os diferentes tipos de beijo, e as opiniões divergentes, sobre quando é mais apropriado o beijo ou o aperto de mão.
Beijo ou aperto  de mão?

Uma marca de gelados fez, há cerca de dois anos, uma campanha publicitária intitulada “Como Beija o Português, envolvendo um inquérito de rua, onde foram efectuadas várias perguntas sobre o beijo;  como poderão ver no vídeo que colocámos no fim deste artigo, as escolhas recaíram sempre nos beijos apaixonados ou sensuais; nada foi mencionado sobre a importância de um beijo cheio de ternura a um filho por exemplo, ou os beijos que os portugueses gostam de dar a todas as pessoas que acabam de conhecer.

Este vídeo fez-nos pensar que se realmente a maioria dos portugueses pensa que só o beijo sensual ou apaixonado é importante, então não será que ao beijar a torto e a direito qualquer pessoa que conheça, não está a contribuir para a banalização do mesmo?

-  Por exemplo, faz algum sentido (?)  beijarem-se em  programas televisivos? Faz algum sentido (?) beijar pessoas que está a conhecer numa reunião de trabalho ou de negócios? Não será mais apropriado o aperto de mão?

Beijo ou aperto  de mão?

Bem sabemos que cada cultura ou país tem a sua própria regra de etiqueta ou costume sobre o beijo ou o aperto de mão; em Portugal sempre se usou os dois beijos na face para familiares, pessoas amigas ou conhecidas e o aperto de mão para todos os outros, excepto os homens que nunca se beijam a não ser alguns pais e filhos. Noutros hemisférios os costumes são diferentes e pode ser um insulto proceder de modo diferente, que daí seja conveniente quando se viaja para fora de Portugal informar-se não vá cometer uma gafe em que se envergonhará.

A conversa foi-se alongando num género de crítica à banalização do beijo e dos “beijinhos” em Portugal, para terminar com os beijos mais doces que são aqueles dados aos filhos enquanto pequenos.

Beijo ou aperto  de mão?
Sem desvalorizar de forma alguma o beijo apaixonado que cremos que deve ser deixado no pedestal adequado - quem não gosta dos beijos ternurentos dados a um filho bebé? Quem não ama as risotas que um beijo repenicado provoca num bebé?  Quem não adora um beijo roubado a um filho adolescente que lhe diz – ó mãe aqui não!


O beijo desencadeia uma variedade de substâncias químicas que alteram o estado físico e emocional de tal forma, que a sua importância é demasiado alta para que seja assim banalizada (!)  por isso, aqui no Sótão da Gina pensamos e aconselhamos uma reflexão sobre   quando deve dar um beijo, dois beijos  ou um simples e cordial aperto de mão. 



quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Resoluções de Ano Novo – Sim ou Não?

No início do ano não faltam sugestões de resoluções de ano novo por tudo quanto é comunicação social e publicações online ou em papel,  por isso no Sótão da Gina a conversa soltou-se e debruçou-se neste tema sem que se chegasse a qualquer consenso porque a verdade é que cada um tem a sua opinião.


Resoluções de Ano Novo – o que diz? - Sim ou Não?

Resoluções de Ano Novo – Sim ou Não?

Para quem, como eu, não faz balanços nem balancetes ao fim de um ano, será mais evidente não fazer qualquer tipo de resolução de ano novo! É que os balanços, normalmente, faço-os todas as noites; os balancetes, sempre que encerro algo que levou a “cabecinha pensadora” a muitas noites de balanços. Os balancetes são como que o encerramento oficial de um assunto, de um problema ou de um projecto de onde tiro as devidas conclusões, lições e resoluções para futuros assuntos, problemas ou projectos.

Resoluções de Ano Novo – Sim ou Não?
Resumindo: - as resoluções - faço-as sempre que acho oportuno, em vez de esperar por um novo ano. Mas isto, sou apenas eu! Há amigas aqui no sótão que fazem promessas sobre resoluções que cumprem à risca, outras que não passam à prática depois de fazer a lista, e há ainda outras que curiosamente se dão ao trabalho de fazer a dita lista que guardam numa caixa que só voltam a abrir no fim do ano para avaliar se as expectativas ou promessas foram cumpridas ou superadas.

Resoluções à parte, todas as formas, critérios e opiniões são importantes para cada um de nós, correspondem à nossa forma de ser, pensar e funcionar, até porque com cada prática se vai aprendendo se cada uma das resoluções valeu ao não a pena, se há que ajustar algo para que a próxima experiência seja sempre melhor.

Apesar de não ter havido consenso nesta conversa de hoje no Sótão da Gina sobre resoluções de fim de ano, porque os sim e os não ficaram empatados, houve duas questões muito interessantes: 1- divertimento a falar de assuntos sérios, 2- unanimidade na ideia de que as resoluções são sempre importantes desde que bem fundamentadas, relevantes e sirvam para o bem-estar físico, intelectual e espiritual de cada um de nós.

Resoluções de Ano Novo – Sim ou Não?

Assim, e porque tudo depende de si, terminamos como começámos:

 - Resoluções de Ano Novo – Sim ou Não?

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

A Arte de Viver Com Um Propósito

Estamos à beira do fim de mais um ano, e no Sótão da Gina fala-se hoje sobre a vida, sobre o que ficou para trás e o que nos espera no próximo ano de 2015, se tivermos em mente a arte de viver com um propósito, um objectivo bem definido.

Em 2014 o que ficou para trás para trás ficou; o que de bom aproveitou será de grande utilidade retirar as ilações de como o conseguiu e beneficiar das lições que aprendeu para que em 2015 a vida lhe seja mais fácil e generosa.

O povo costuma dizer “viver não custa, o que custa é saber viver”, ao que acrescento que custa ainda mais quando se vive com um propósito, sem muito se desviar dele.

Apesar de difícil, a arte de viver com um propósito é sinónimo de um desenvolvimento pessoal muito gratificante dando a sensação de saber o que queremos, porque e para que queremos, quando e para onde vamos, porque na meta final está lá o tal propósito à nossa espera.

A Arte de Viver Com Um Propósito

Nessa arte de viver deve estar a harmonia como estado essencial e discreto, assim como o dom de julgar bem que é o oposto da falta de critério ou escolhas erradas.

Para que a harmonia e o dom de julgar bem seja parte do nosso quotidiano é necessário ter noção de como conseguir ser mestre em algumas virtudes:

- Paciência - essencial para saber lidar com os diferentes tipos e feitios de pessoas.
- Prudência - não confiar em tudo e todos indevidamente sem discretamente questionar.
- Persistência - não desistir à primeira sem analisar e dar uma segunda oportunidade.
- Prazer- tirar prazer do que faz é a troca intelectual mais compensadora.

Assim, seguindo este raciocínio, aqui no Sótão da Gina fazemos votos para que em 2015, com paciência, prudência e persistência tenha todo o prazer e harmonia na arte de viver com um propósito; se por ventura crê que ainda não encontrou o seu propósito, está então na hora da reflexão, porque quando o encontrar vai ver que o prazer será bem maior.


Feliz 2015!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Como Viver o Natal



Estando a uma semana do Natal a conversa no Sótão da Gina incide em como se vive o Natal no mundo cristão e perguntamo-nos como viver o Natal neste Planeta Terra tão consumista.


Como Viver o Natal

A narrativa histórica do Natal é simples e diz: “Por aqueles dias, saiu um édito da parte de César Augusto para ser recenseada toda a terra. Este recenseamento foi o primeiro que se fez, sendo Quirino governador da Síria. Todos iam recensear-se, cada qual à sua própria cidade. Também José, deixando a cidade de Nazaré, na Galileia, subiu até à Judeia, à cidade de David, chamada Belém, por ser da casa e linhagem de David, a fim de se recensear com Maria, sua esposa, que se encontrava grávida. E, quando eles ali se encontravam, completaram-se os dias de ela dar à luz e teve o seu filho primogénito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria” (Lucas 2,1-7), mas na realidade dos nossos dias quantos de nós celebramos a história do Natal com a importância e simplicidade que a mesma merece?


Como Viver o Natal

A narrativa histórica continua com a visita dos pastores, a aparição dos anjos e o cântico que é mensagem para todos: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens por Ele amados”. A esperança renovada pelo nascimento de Jesus, o filho de Deus, faz redobrar a alegria em todos nós e a vontade de a partilhar é ainda maior que noutras alturas do ano.

Paz e fraternidade são os desejos partilhados, acompanhados de presentes em memória dos que recebeu Jesus pelos pastores e Reis Magos.

No mundo consumista actual, a simplicidade e beleza do Natal é tantas vezes abalada que a narrativa real e simples sobre o nascimento de Jesus é preterida em torno duma festa pagã cheia de exageros em presentes e festas ao longo de todo o mês de Dezembro.

Como Viver o Natal

A vontade geral no Sótão da Gina é de que se regresse ao essencial e simples, colocando Jesus no centro da celebração, dando preferência ao belo que é estarmos e sermos presentes, dar-nos a quem de nós precisa, em torno dos sentimentos nobres e profundos que nos ligam, porque só assim saberemos, verdadeiramente, como viver o Natal da narrativa simbolicamente histórica do dia 25 de Dezembro.

Feliz Natal!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

O Mito das Bebidas “DETOX”

Aproxima-se a quadra do Natal e Ano Novo, tão propícia a exageros alimentares, e vai daí que a conversa no Sótão da Gina começa na importância de evitar os exageros e depois avança para o mito das “tão na moda  - bebidas detox”.

O Mito das Bebidas “DETOX”

Uma alimentação regular, regrada, variada e sem exageros é sem dúvida alguma a resposta para uma vida saudável. Quantas pessoas não têm doenças endócrinas pelo exagero da quantidade de alimentos ou bebidas alcoólicas ingeridos no seu dia-a-dia?  

Já abordámos o tema da alimentação saudável aqui no sótão neste dois artigos que pode ler ou reler sobre Verdades Sobre uma Alimentação Saudável ou Somos o Que Comemos porque é um assunto que nos preocupa e que pretendemos continuar a desmistificar alguns conceitos de moda na alimentação que nos parecem errados. 

Há quem pense que pode seguir comendo em exagero e beber ainda mais bebidas alcoólicas, que as apregoadas bebidas detox farão os milagres necessários para se sentirem bem.

O Mito das Bebidas “DETOX”


Há receitas a correr pela internet à velocidade da luz, proclamando verdadeiros milagres; a maior parte dessas receitas não tem qualquer credibilidade, são levadas de boca-em-boca  como autênticas mezinhas miraculosas, e algumas até podem contribuir para alguns desarranjos intestinais se continuadas. Estas são de maneira geral aquelas a que se misturam vegetais  como bróculos, couve ou salsa para nomear apenas alguns exemplos.


Preparar os seus próprios sumos ou batidos de frutas ou vegetais é algo definitivamente benéfico e deverá ser entendido com o propósito de ingerir alimentos na sua forma mais natural e rica em nutrientes, e não como uma cura para um qualquer alegado mal.



O Mito das Bebidas “DETOX”

Hoje em dia, para quem não tem formação na área da nutrição,  torna-se realmente difícil para o cidadão comum conseguir diferenciar a verdade do mito, porque os negócios das bebidas detox e dos smothies tem proliferado por todo o lado e os sites a proclamar o seu sucesso replicam-se de forma quase desonesta.

A verdade é que um novo nicho de mercado, e bem lucrativo por sinal, é o que está por detrás da rápida ascensão da moda das bebidas detox e smothies.

O Mito das Bebidas “DETOX”
Mas também a bem da verdade, de vez em quando surge alguém altamente credenciado a finalmente desmistificar o mito, e neste caso em concreto o jornal britânico “The Guardian”  publicou há poucos dias este artigo que recomendo vivamente para clarificação e aprofundamento deste tema, mas se porventura o inglês não for idioma que domine, pode ler, ainda que bastante abreviado, o mesmo assunto, no jornal português  O Observador. 

Em Outubro passado, o jornal “The Guardian” havia publicado um artigo muito interessante sobre Edzard Ernst, o cientista e professor de Medicinas Alternativas na Universidade de   Exeter  no Reino Unido, que com rigor e sem papas na língua, é  autor da desmistificação do mito sobre as bebidas detox que pode ler aqui 

O Mito das Bebidas “DETOX”

Aqui no Sótão da Gina, a conversa sobre o mito das bebidas detox deixou-nos com alguma sede e por isso vamos preparar um sumo de cenoura e laranja e bebê-lo de imediato para que não oxide e não perca os seus excelentes nutrientes ricos em vitamina A e C. 


terça-feira, 2 de dezembro de 2014

A Importância da Transparência

 De vez em quando surgem ocorrências que nos levam a questionar como as sociedades praticam e lidam com a transparência de seus actos de cidadania, e nestes últimos meses em Portugal, têm surgido casos, quase, como que em catadupa, que fazem com que esta conversa no Sótão da Gina se incida sobre a importância da transparência para o bem comum.

A Importância da Transparência

Os casos, os ditos casos que têm surgido e inundado Portugal e arredores, de novas crenças e descrenças em certas pessoas, e ou instituições, não os vamos citar e ficam apenas no segredo das paredes do Sótão da Gina porque são um tanto feios para aparecerem aqui neste espaço de multicores, boas sensações e cheiros agradáveis.  

Falemos e meditemos então, um pouco, sobre a transparência e a sua importância no quotidiano de forma abstracta e no sentido mais lato.

Transparência para que te quero?

Basicamente para não iludir e viver de consciência tranquila e aberta de que os nossos actos não têm nada de perverso e a esconder. Mas mais importante é fazê-lo porque se sente a necessidade de nada esconder e viver uma vida de livro aberto.

Ser e parecer devem ser iguais?

Ser e parecer devem ser definitivamente sempre iguais, se se pauta por uma vida de transparência. De que vale parecer algo que não é, ou dizer que tem algo que afinal nunca teve ou vice-versa?  Alimentar o ego é o único objectivo do ser e parecer diferente, e isso não é compatível com o alimento da alma, por isso, mais tarde ou mais cedo o tal ser e parecer diferente para impressionar, deixam sempre um grande amargo de boca.  

A Importância da Transparência

Se por um lado, há os que aparentam ser ou ter algo que não são por complexo, querendo mostrar quem os rodeia que são mais e têm mais, há outros que fazem o oposto, demonstrando que pouco têm, escondendo dos demais as suas verdadeiras posses ou património, ao mesmo tempo que dão à sociedade um ar de coitados, remediados ou até austeros.

Nem tudo o que parece é?

A má utilização das redes sociais tem ajudado a que esta frase esteja cada vez mais em alta: - nem tudo o que parece é! O que é pena, o que é lamentável, o que é triste, e por aí fora em sinónimos sobre o que é lastimável;  é que na sequência da popularidade que muitas pessoas logram ter nas redes sociais, a  mesma também tem contribuído para que em geral, as sociedades cada vez pratiquem menos a desejada transparência no seu quotidiano, o tal do "ser fiel a si próprio" deixou de fazer sentido para essas pessoas.

Não há fumo sem fogo?

É impossível a não ser que seja imediatamente extinto, mas mesmo assim já ardeu nem que seja apenas um instante. Se nas redes sociais o alimento do ego é talvez o predominante, por vezes também serve para que os que não praticam nem dão qualquer importância à transparência dos seus actos, sejam ridicularizados publicamente quase à velocidade da luz quando são descobertos que andavam a tentar ludibriar o próximo.


A Importância da Transparência

Aqui no Sótão deixamos a dica: - se nunca deu muita importância a esta “coisa” da transparência e a sua importância no seu quotidiano, pense melhor no assunto; se  está presente numa rede social a partilhar tudo e mais alguma coisa que não corresponde à realidade da sua vida, então pense a dobrar porque é mesmo “importante” dar importância à transparência na vida de qualquer um de nós.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Valores e Felicidade – do Mito à Realidade

Será que sabemos mesmo o que é a felicidade e o valor que a mesma tem só para nós, sem olhar para o lado?


Já em Março de 2013 havia escrito algo sobre a felicidade aqui  mas hoje a conversa no Sótão da Gina alarga-se também para os valores e extravasa sobre o mito e a realidade sobre a felicidade.

O que é isto da felicidade para si?

Valores e Felicidade – do Mito à Realidade
Para mim, eu sei bem o que é, e pode ser apenas isto, que em nada poderá ter  a ver com o conceito de valores e felicidade do mito ou da realidade, que rodeia qualquer uma das minhas amigas aqui reunidas à volta desta conversa, ou de quem muito atentamente me está a ler, e nisso não há mal algum, até porque por vezes é na diferença que está a felicidade.

Mas afinal o que é isto da felicidade para cada um de nós?

Estudos efectuados por quem é entendido nesta matéria, o sociólogo português Dr. Rui Brites, revelam:

Os países mais felizes do mundo estão todos no Norte da Europa: Dinamarca, Finlândia, Noruega. Os mais infelizes são dos mais pobres da África subsariana: Togo, Benim e República Centro-Africana.
No primeiro Relatório Mundial sobre Felicidade, elaborado pela Universidade de Colúmbia a pedido das Nações Unidas (ONU), Portugal ficou classificado no lugar 73, a meio de um ranking com 156 nações, mas atrás de 22 dos 27 Estados-membros da União Europeia. Apesar de existir uma ligação entre a riqueza e o bem-estar das pessoas, o estudo concluiu que factores como liberdade política, laços sociais fortes e a ausência de corrupção são igualmente importantes.
Os dados deste ranking foram recolhidos entre 2005 e 2011 e, numa escala de 0 a 10, foi pedido aos entrevistados que avaliassem a qualidade de vida, sendo 0 a pior vida possível e 10 a melhor vida possível. No caso de Portugal, a avaliação média de vida dos entrevistados foi de 5,4, uma classificação que os autores do estudo descrevem como uma situação de bem-estar moderado, pouco consistente, ou de um certo receio em relação ao futuro.

Rui Brites, sociólogo e professor do Instituto Superior de Economia e Gestão, da Universidade Técnica de Lisboa afirma:

"Faz parte da idiossincrasia portuguesa: fugimos dos extremos. Os portugueses nunca estão muito bem nem muito mal. Vão andando". Para este investigador, que tem trabalhado na área da avaliação do bem-estar e da felicidade, estes resultados são "consistentes" com outros estudos publicados nos últimos anos. No entanto, alerta para a dificuldade de se fazerem comparações entre países. "Quando perguntamos apenas às pessoas qual o seu grau de felicidade, é complicado depois comparar países porque as realidades culturais são diferentes e os resultados finais não têm em conta essas especificidades".
Segundo os estudos efectuados por Rui Brites, Portugal apesar de se situar sensivelmente a meio do ranking a nível mundial, fica atrás de 22 dos países da UE, estando apenas à frente da Roménia, Hungria, Letónia e Bulgária. Estes resultados são idênticos aos registados noutros inquéritos anteriores sobre felicidade e bem-estar, como o que foi realizado em 2008 pela European Social Survey: Portugal ficou classificado no penúltimo lugar entre 15 países europeus.
A correlação entre a felicidade/bem-estar e o optimismo é "muito forte", sendo que a tendência é para que os países "mais felizes" sejam "mais optimistas relativamente ao futuro" e que os menos felizes sejam também os mais "pessimistas". "Os portugueses encontram-se habitualmente entre os mais pessimistas e, nesse aspecto, apresentam um padrão de identificação mais próximo dos cidadãos dos antigos países comunistas da Europa de Leste do que dos restantes países europeus: têm menores níveis de confiança social, e não acreditam tanto nas instituições nacionais", refere. Ainda assim, considera que os portugueses não devem ser olhados como pessoas infelizes. "Não somos tão felizes como noutros países, como é o caso dos países nórdicos, mas somos felizes ", conclui Rui Brites.

Quem quiser ler os resultados dos estudos de Rui Brites na integra pode vê-lo  e inclusivamente fazer o download do mesmo aqui.

Valores e Felicidade – do Mito à Realidade
Estudos são úteis e dão-nos uma ideia da opinião generalizada das populações mas é isso e apenas isso que nos dá: uma ideia, uma opinião generalizada, que muitas vezes está ainda enraizada em certas sociedades como a portuguesa com o critério miserabilista do “vamos andando”.

Se todos os portugueses partilhassem da ideia do “vamos andando” seguramente que os festivais de Verão não estariam todos cheios, só para citar um ínfimo exemplo.

É evidente que a felicidade tem dias, e é impossível estar e ser feliz todos os dias, mas de maneira geral os portugueses até deviam estar no pelotão da frente nem que fosse pelo Sol que nos é brindado a cada dia e o oceano que nos banha em tão grande parte do país; para mencionar apenas alguns dos atributos deste país à beira-mar e no início da Europa.

- Será que os portugueses continuam a pensar que ser feliz é apenas e só ter, ter mais e mais, consumir e fazer inveja?

- Será que os portugueses estão convictos de que ter é mais importante que ser?

- Será mesmo mito ou realidade que a sociedade portuguesa de ontem do “vai-se andando” nem sabe afinal o que é a felicidade?

- Será que a sociedade portuguesa dos festivais de Verão é a mesma do “vai-se andando”?

- Será que a sociedade portuguesa de hoje se desprende do que ouve dizer aos mais velhos (vai-se andando) e fala só por si, do que quer, do que gosta, do que o faz feliz sem olhar para o lado?

- Quais serão os valores intrinsecos na felicidade dos povos do norte da Europa? 



Valores e Felicidade – do Mito à Realidade
No Sótão da Gina, a conversa continuaria a dissecar sobre estas perguntas que deixamos no ar, e que cada um poderá reflectir e chegar às suas conclusões, mas como remate aqui vai a última: -   será que entre o mito e a realidade sobre os valores e a felicidade,  as sociedades, não só a portuguesa mas qualquer uma delas,  terão algum dia a capacidade de se renovar e ser mais fiéis a si próprias?

Já agora, porque alegria também é felicidade, cante, dance ou faça as duas coisas se lhe apetecer, este tema tão badalado de Pharrell Williams - Happy



domingo, 26 de outubro de 2014

A Lei da Atracção e as Feromonas

Hoje a conversa no Sótão da Gina começou pelo aroma agradável a erva fresca que anda no ar nestas últimas manhãs, e foi desenvolvendo-se dentro dos aromas, mas foi deslizando para algo mais complexo e interessante como as feromonas e a lei da atracção.

A Lei da Atracção e as Feromonas

Sobre a lei da atracção, quem não se lembra do livro e o filme “O Segredo” que foram um tremendo sucesso e cuja teoria basicamente faz crer que - se souber e pensar no que quer com bastante convicção, sentir e comportar-se como se o que quer está a caminho e estar aberto para recebê-lo, vai ser bem sucedido. Há quem diga que esta teoria vem da Física Quântica, mas também há quem afirme que não há qualquer relação ou veracidade. 

Já em 1879 o jornal New York Times usou a expressão "lei da atracção", portanto a frase não é de todo nova, e as dúvidas continuam a persistir nos dias de hoje.

Haverá então alguma verdade nesta teoria da “lei da atracção” do focar em querer, desejar e simplesmente ter, ou haverá algo mais que faça com que isso aconteça, ou não?!

De teorias estamos nós cheios e é da prática que se vive certo?


A Lei da Atracção e as Feromonas
Vejamos então o que a comunidade científica descobriu, e que só há poucos anos se começou a divulgar criando, no entanto, aquela duvidazinha no canto do cérebro dos cépticos.

 - A actividade e conduta dos animais estão influenciadas não só pelas suas hormonas libertadas pelas glândulas endócrinas mas também pelas feromonas.

Feroquê?  - Feromonas, cuja palavra é composta por duas partes que vêm do grego φέρω phero "transmitir" e hormona, do grego ὁρμή "excitar", são substâncias com odor, produzidas e segregadas pelas glândulas exócrinas. Este odor único, ao ser libertado exerce influência sobre a conduta de outros animais da mesma espécie.

Serão então as feromonas responsáveis pela química que existe quase de imediato entre certas pessoas? E a chamada antipatia ou aversão imediata, sem razão aparente, ao conhecer certas pessoas, será também culpa das feromonas?


A Lei da Atracção e as Feromonas

Os estudos efectuados pela comunidade científica têm sido feitos em animais irracionais e as conclusões que têm sido surpreendentes levam a concluir que as feromonas funcionam da mesma forma nas pessoas, apenas com algum grau de desvio, devido à utilização de produtos com cheiro como cremes, loções, desodorizantes e perfumes. Hum, quem já não ouviu uma amiga dizer: - O meu perfume não cheira tão bem em ti! Claro que esta observação também se deverá ao facto de que amigas nunca deveriam jamais ou em tempo algum usar o mesmo perfume, mas adiante… vamos continuar focados nas feromonas, essas substâncias malandras que transmitem e excitam.
imagem retirada de fotos google
A Lei da Atracção e as Feromonas

Ao que parece, a comunidade humana comunica-se quimicamente antes de o fazer fisicamente. Quase que parece uma triagem, que resulta na aceitação ou rejeição e imagina-se logo um sketch humorístico que de imediato nos provoca algumas gracinhas e risos, mas voltando a factos concretos e sérios - o cocktail químico entre o estrogénio, testosterona, dopamina, serotonina, norepinefrina e adrenalina que tanto afecta e influencia as condições de saúde e estado de espírito de cada um, não está só porque chega-se à conclusão que se juntam as feromonas contribuindo em grande parte para a explicação na percepção do modo de funcionar do cérebro quando sente a tal atracção ou rejeição por alguém.

A Lei da Atracção e as Feromonas

Há quem, com espírito empreendedor, se dedique a fabricar feromonas, óbviamente artificiais, para serem usadas como perfume. Se tem curiosidade pode ver aqui: PERFUME COM FEROMONAS PARA MULHER 

Temas baseados no universo dos sentidos é fascinante e dá para conversas bem longas, mas esta tem que ter um fim e no Sótão da Gina, fica a dúvida no ar sobre quem tem razão:  - quem acredita na lei da atracção ou quem acredita nas feromonas? Também há quem acredite nas duas teorias. Já agora, que nos está a ler, acredita em qual?


segunda-feira, 20 de outubro de 2014

“Media Multitasker” – Qual o Preço a Pagar?

“Multitasking” que em português pode traduzir-se por multitarefas, é algo bastante  útil a qualquer um que goste e saiba manter-se activo e produtivo em várias tarefas em simultâneo. No Sotão da Gina, hoje a conversa vai um pouco além do simples multitasking e  centra-se na reflexão  de qual o preço a pagar em ser um “media multitasker”.


Haverá na verdade, alguma vantagem em ser um “media multitasker”, ou será que no futuro o preço a pagar pode ser demasiado alto em relação ao seu verdadeiro benefício!

De maneira geral, as mulheres estão desde há muito habituadas a executar multitarefas, seja em casa ou no emprego, umas melhores que outras adaptam-se a essa realidade que nada mais se transforma em necessidade. É evidente que enquanto uma boa organização ajuda a que essas multitarefas sejam mais bem executadas, e a procrastinação seja a maior inimiga, com alguma mestria a mulher foi também adaptando-se e habituando-se a utilizar meios tecnológicos para facilitar e aligeirar as suas multitarefas.

“Media Multitasker” – Qual o Preço a Pagar?
Como em tudo, um bom peso e medida deve ser a melhor bitola, um qualquer “media multitasker” não deveria ter qualquer problema se não fosse o exagero. Os meios tecnológicos que podem ser uma ajuda de grande utilidade podem tornar-se num vício que impede o sentido criativo de ser exercido com a sua normalidade.

Para quase tudo há uma qualquer aplicação no telemóvel, no tablet ou no computador que não só pode facilitar o trabalho de cada um, como pode também impossibilitar muitas vezes o raciocínio rápido ou reacção espontânea da inteligência ou da perspicácia.

Em termos mais pessimistas dá para pensar que se caminha a passos largos para que a máquina nos comande em vez de sermos nós a comandarmos a máquina.

Somos seres de hábitos, e os maus, normalmente têm inevitavelmente um resultado negativo no organismo e por consequência na saúde e bem-estar. O “media multitasking” utilizado no exagero, para além de incapacitar o sentido criativo, o raciocínio ou o simples puxar pelos neurónios para tarefas comuns, está também a dar indícios de outros problemas  a nível  cerebral que poderão ser mais graves.

“Media Multitasker” – Qual o Preço a Pagar?
Existem estudos sobre o consumo exagerado de informação e a sua função cerebral já é assim conhecida. Há vários trabalhos de investigação que aludem a redução da atenção e da concentração, assim como a distúrbios emocionais tais como ansiedade e depressão.  Surgiu entretanto o resultado de um novo estudo conduzido por Kep Kee Loh e Ryota Kanai da Universidade de Sussex em Brighton, Reino Unido, que veio relacionar a redução efectiva da massa cinzenta de uma zona do cérebro com a execução simultânea de tarefas ou seja “media multitasking”.

“Media Multitasker” – Qual o Preço a Pagar?
Dizem os cientistas que a redução observada na massa cinzenta não estabelece uma relação causa efeito, e que serão necessários estudos mais aprofundados e detalhados, mas assinalam também que foi a primeira vez em que se descobriu um vínculo directo entre o hábito exagerado de consumo de media e multitasking a uma alteração concreta na estrutura do cérebro. Ver estudo aqui.

“Media Multitasker” – Qual o Preço a Pagar?
No Sotão da Gina pensamos que o preço a pagar por qualquer exagero é normalmente elevado e um  desperdício nefasto. Para ser um “media multitasker” não será necessário pagar qualquer preço desde que se seja moderado e se utilize o que está à disposição para facilitar a vida, mas nunca para impedir a utilização dos neurónios de forma normal, racional e saudável.


terça-feira, 7 de outubro de 2014

Viver no Campo

O Sótão da Gina mora, namora, e deixa-se enamorar pelo campo, e por isso, hoje surge a conversa sobre o que é viver no campo mas na óptica de uma urbana, que é a sua anfitriã.

Viver no campo na perspectiva de quem nasceu e cresceu nele, é muito diferente da de quem nasceu numa cidade cheia de rebuliço, seja ela onde for.

Viver no Campo
Há cidades cheias de agitação mas também cheias de charme, de isso não há qualquer dúvida, e o campo não as pode substituir porque cada um ocupa o seu lugar na diversidade que nos é oferecida, queiramos nós usufruir dela.

O viver no campo é como um regresso à paz, à natureza, à terra, a bem dizer à casa que sempre foi nossa e nos foi oferecida a custo zero.

Viver no campo é sinónimo de liberdade, espaço, silêncio, ar puro, e isto concretiza-se por exemplo, na liberdade que se traduz em não ter necessidade de ter cortinas e poder olhar a imensidão do campo com clareza; de abrir as janelas e sentir os aromas campestres e ouvir os sons bucólicos.

Viver no Campo
A qualidade e riqueza de viver no campo é incalculável e não podem, de forma alguma, ser substituídas pelo luxo que poderá ser proporcionado em morar em  algumas cidades cosmopolitas.

Claro que há contrariedades em viver no campo, e há que querer e saber adaptar-se porque a compensação é superior ao transtorno! A qualidade de serviços que é orientada para as cidades e litoral, é sempre inferior e escassa, mas o ditado popular que diz “quem vai para o mar abastece-se em terra” diz tudo a quem deixa um qualquer centro urbano para viver no campo. Por vezes basta uma melhor organização ou gestão de recursos para se obter equilíbrio.

Viver no Campo
Viver no campo não é de todo para todos, e normalmente muitos dos que são do campo não vêem a parte romântica que o viver no campo transmite a uma urbana como eu. São gostos!

Há quem não goste e não consiga adormecer no silêncio, passar sem ir ao café ao fundo da rua, à tabacaria ou ao quiosque comprar o jornal, sem ir à mercearia a pé, ou ao centro comercial dia-sim-dia-sim. São gostos!

Há quem diga que se vivesse no campo “morreria de tédio”. São gostos!

Viver no Campo
Eu digo:

-  Enquanto houver campo que me acolha, jamais morrerei de tédio!

O campo oferece-me uma fonte inesgotável de curiosidades e de saberes que brotam da terra a cada ciclo de forma idêntica, ao mesmo tempo que diferente; mas é preciso saber e gostar de observar, de ter curiosidade, de ter a humildade suficiente em querer aprender algo mais a cada dia, a cada estação, a cada luar, a cada nascer do sol, a desligar todas as luzes e observar as estrelas em absoluto silêncio e dar graças à imensidão de riqueza que a natureza nos dá.

Por tudo isto, no Sótão da Gina ouve-se em uníssono “é bom viver no campo”.  

Já agora aqui vai um mimo. Alguma vez ouviu as Quatro Estações de Vivaldi no silêncio e beleza do campo? É sublime!


sábado, 27 de setembro de 2014

Como Livrar-se de Uma Infestação de Hortelã no Relvado

Há muito que o relvado à volta do Sótão da Gina está infestado com hortelã e chegam a ser bem interessantes as conversas à volta dos prós e contras, ou de como resolver e livrar-se de tal fenómeno; mas antes de seguir directa ao assunto de Como Livrar-se de Uma Infestação de Hortelã no Relvado, aqui vão alguns dos prós ou vantagens em não fazer nada do que o título nos insinua:

1-      Tem sempre à mão um bom punhado de hortelã para fazer chá que lhe fará milagres quando tem uma pequena indisposição de estômago, mas a minha bebida preferida quando não tenho tais maleitas, é a sangria de vinho branco que leva a dita hortelã, um pauzinho de canela e uns quantos pedaços de pêssego.

2-      Caminhar descalça ao pôr-do-sol após uma boa rega no relvado é algo no mínimo delicioso, e se levar o copo de sangria consigo a experiência é ainda melhor, disso asseguro eu que sei o que digo!

Podia enumerar mais vantagens, ou coisas agradáveis tais como por exemplo o cheiro emanado quando se está a cortar a relva, mas creio que a ideia já ficou no ar, e poder avançar para o propósito de escrever algo com este título: Como Livrar-se de Uma Infestação de Hortelã no Relvado, é mais interessante.

Como Livrar-se de Uma Infestação de Hortelã no Relvado
Quem sabe algo sobre relvados e hortelã sabe que é impossível livrar-se da infestação sem arruinar por completo o relvado. Quer substituir o relvado? Sabe o que isso implica?

Então o que fazer? Chamar um especialista?

Chamado o especialista ao local, o mesmo diz-lhe que deve retirar todo o relvado mais não sei quantos centímetros de terra, e colocar nova terra e novo relvado.

Dependendo do tamanho do seu relvado, centenas ou milhares de euros depois e de alguns anos, lá volta a dita da cuja da hortelã a aparecer e sabe porquê? Porque ela tem umas raízes bem profundas, resistentes e bem invasivas. A menos que o especialista lhe tenha aconselhado que depois de retirar os tais centímetros de terra faça um tratamento químico que desaconselho totalmente por contaminar tudo à sua volta, a sua amiga hortelã voltará seguramente e com todo o seu esplendor.

Então o que fazer?

Nada! Não faça nada, viva bem com a espontaneidade da hortelã e faça chá, faça sangria, dance no relvado em cima dela e sei lá mais o quê mas adapte-se a essa realidade.

Como Livrar-se de Uma Infestação de Hortelã no Relvado

O propósito deste artigo sobre Como Livrar-se de Uma Infestação de Hortelã no Relvado aos mais atentos não passou despercebido e chegou-lhes logo a noção de que nada tem a ver com jardinagem e com dicas de como fazer isto ou aquilo com a hortelã, ainda que no Sótão da Gina seja uma realidade.

A capacidade de analisar os prós e contras de algo, e de forma ponderada, prática e saudável adaptar-se à nova realidade, poderá ser a melhor atitude a seguir.


sábado, 20 de setembro de 2014

Somos o Que Comemos?

O Outono aproxima-se a passos acelerados demais para meu gosto, e nem nos dá tempo a saborear os últimos churrascos de Verão. No Sótão começa-se a pensar naquelas refeições dos dias mais frios acompanhados de um bom vinho tinto e boa companhia à lareira, mas ainda falta algum tempo, e por isso dá-se largas, outra vez, à conversa sobre a alimentação saudável questionando-se se a teoria de Hipócrates que deu origem à frase “Somos o Que Comemos” tem hoje em dia algum fundamento importante.

Somos o Que Comemos?
Há mais de 2500 anos, Hipócrates, considerado o pai da medicina, dizia que “Somos o Que Comemos”, e reflectindo sobre os seus estudos e descobertas, dizia que as epidemias de então tais como a malária, papeira, pneumonia e tuberculose relacionavam-se com factores climatéricos, raciais, do meio ambiente onde se vivia e dietéticos.

Mais de 2500 anos depois, e muito apesar de uma generalizada emigração e globalização, a sua teoria está inegavelmente correcta, mas há que acrescentar algo que Hipócrates então desconhecia e que vem alargar a discussão e em alguns casos alguma confusão:

- O factor genético e a mutação do mesmo.

O código genético de cada um de nós dá-nos uma autenticidade única, fazendo com que os alimentos que ingerimos tenham reacções diferentes nos membros de família directa onde o mesmo foi herdar um bocadinho de cada membro mas sempre com alguma nuance diferente, fazendo-o completamente genuíno, ou seja diferente.   

Portanto nos dias de hoje ao dizer-se “somos o que comemos” não se está a ser completamente correcto porque a medicina já “estudou essa lição”, e sabe que o factor genético também tem um papel preponderante no estado de saúde de cada um de nós, predispondo-nos mais ou menos a certas reacções, alergias, sensibilidades, ou até de doenças.

Graças à Medicina Funcional e Integrativa, hoje já se pode olhar para a pessoa como alguém com individualidade própria tratando-o de forma única, mas infelizmente este tipo de medicina ainda não está disponível em todo o mundo. Por exemplo em Portugal há apenas a Dra. Cristina Sales e a sua equipa,  a integrar este tipo de medicina por muitos ainda desconhecida.  

Pela porta da Medicina Funcional e Integrativa entrou a Nutrição Funcional que engloba os conhecimentos das Ciências da Nutrição e Alimentação e enriquece-os com o reconhecimento de que cada indivíduo é único:

1 -  É único no conjunto dos seus genes e na expressão genética que favorece e estimula.
2 - É único na forma como, imunologicamente, tolera ou não tolera os alimentos que habitual e regularmente ingere. Nesta tolerância / intolerância reside, escondido, um factor de modulação da nossa saúde e bem-estar.
3 -É único na inter-relação sinérgica de ritmos biológicos, de trabalho, de lazer, de descanso.

Há anos que abundam as dietas disto e daquilo, cada especialista defende-a como se a sua fosse a melhor. Lembro-me que quando estudei Ciências da Nutrição nos anos 80, o que estava na moda era a Macrobiótica, que no fundo mais não era que um tipo de dieta vegetariana e que nunca me convenceu mesmo depois de terminar o curso e saber de trás para a frente as vantagens e desvantagens da mesma. Perguntarão porquê? – Porque procuro sempre o equilíbrio em tudo e muito mais na alimentação que nos sustenta no dia-a-dia.

Somos o Que Comemos?
Nasci na Europa, em Portugal, fui habituada a uma alimentação baseada no regime mediterrânico que inclui carne, peixe, lacticínios, cereais, legumes e frutas, sempre fui saudável, por que razão mudaria? Pessoalmente não teria razão nenhuma para mudar, mas esta minha razão não serve para todos, precisamente, porque o factor genético tem tanta influência na forma como o nosso organismo reage, resiste ou rejeita certos alimentos.

As dietas continuam a surgir com nomes mais ou menos interessantes, a Paleo por exemplo, talvez a mais recente com o nome mais antigo, consiste num regime baseado nos alimentos ingeridos pelo homem das cavernas ou seja o Paleolítico.

À medida que surge uma nova dieta surge também uma nova onda em que as opiniões divergem quase sempre. Porque a nutrição é não só uma das minhas áreas de formação, mas também de contínuo interesse, procuro manter-me informada ao longo dos anos sobre novos estudos e descobertas e chego à conclusão que nunca se chegará a nenhum consenso objectivo e válido de igual para todos, por isso a minha regra de ouro que é: - nada de excessos,  e na variedade é que está o segredo, sobre a qual já escrevi em Verdades sobre Uma Alimentação Saudável , continuará a ser o melhor conselho ou pelo menos um de bom senso.

Antes de terminar esta conversa, que já vai longa, sobre as afirmações de Hipócrates que “somos o que comemos” e que ainda hoje têm algum fundamento, gostaria de convidar quem me lê e domina o inglês, a ver um vídeo interessantíssimo, em que o Dr. Frank Lipman, Fundador e Director do Eleven Wellness Center, Dr. Mark Wyman - Chairman do Intitute of Functional Medicine e o Dr. Joel Kahn – Cardiologista e autor de Holistic Health Book, onde debatem e divergem sobre o consumo do açúcar, gorduras, glúten, lactose, entre outros, mas  terminam concordando que o importante é “comer os alimentos que Deus nos deu em vez dos que o homem faz”. Podem ver o vídeo aqui, asseguro-vos que são quase 30 minutos que valem a pena.  
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