sábado, 20 de fevereiro de 2016

Austeridade

  – esse grande palavrão, esse grande vilão, esse grande papão


Hoje no Sótão da Gina fala-se sobre a utilização excessiva da palavra austeridade e a razão perversa que muitos têm em dar-lhe uma conotação negativa. Tentando não entrar muito a fundo numa conversa política mas apenas ficando pela análise sobre a palavra austeridade (esse grande palavrão, esse grande vilão, esse grande papão) e o seu verdadeiro significado e aplicação no dia-a-dia, mas antes de avançarmos para a palavra austeridade em si vamos analisar um pouco o que é ser austero.


Ser austero significa ser rigoroso –tão simples quanto isto!

Para quem em Portugal nasceu antes do 25 de Abril de 1974, e já era crescidote antes da Revolução dos Cravos, sabe bem que éramos criados por pais austeros, e porquê?  - Porque era assim naquele tempo… primava-se pelo rigor em tudo incluindo na educação – havia exageros e excepções como em tudo, mas o resultado era em grande maioria positivo. Traumas há sempre – por isso apesar de pessoalmente achar que foi adequado tudo o que se aprendeu naquele tempo sobre o rigor, há quem não concordasse e logo no dia a seguir à revolução veio para a rua gritar que daí em diante não haveria mais rigor, e que a quase anarquia seria o caminho a seguir.

O resultado está à vista.

Confundiu-se naquele então muita coisa; vivíamos com um governo ditador e após o 25 de Abril mudou-se isso – passou a haver não só o direito a voto, como também liberdade de expressão em relação a assuntos de índole política. Deveria ser apenas isto, de forma simplista sim, mas apenas isto, a entender porque só isto havia alterado... mas não; os traumatizados entenderam que deveria ser tudo diferente e que o rigor era algo do passado, do tempo do outro senhor.

Austeridade – esse grande palavrão, esse grande vilão, esse grande papão

Ainda hoje se confunde a diferença entre viver em ditadura com a actualidade e continua a reflectir-se na sociedade portuguesa porque é transmutada de geração em geração. Para além desta confusão há a da ideologia que está a transtornar muitas mentes, e a impedir de ver a realidade tal como ela é.

Ser austero passou a ser olhado como algo repelente, porque a anarquia era algo bem mais apetecível, era mais giro ser rebelde, mas para tal haveria sempre alguém a amparar os exageros, os devaneios, a libertinagem, o chico-espertismo – havia e há – há sempre alguém a limpar os estragos de uns em detrimento de outros!

O conforto de uns (perdoem o pleonasmo) não deveria nunca significar o desconforto de outros! 

Avançando para a palavra de hoje que nos levou à conversa - austeridade – esse grande palavrão, esse grande vilão, esse grande papão, depois de introduzido o termo austero que significa rigor, é evidente que austeridade significará utilizar rigor e em economia será nada mais que rigor no controle de gastos ou nas contas.

Ora se depois de 1974 tantos deixaram de acreditar no rigor como modo de vida, rapidamente chegaram também ao descontrole dos gastos públicos, e daí em diante tem sido um descalabro cada vez mais gigantesco. Assim, continua-se num modo de vida do tipo - uns a trabalhar muito para sustentar outros, em vez de todos trabalharem para o bem comum de forma equitativa e equilibrada.

Austeridade – esse grande palavrão, esse grande vilão, esse grande papão

A pergunta que se faz hoje é:  – é afinal assim tão mau ser austero e utilizar a austeridade quando na realidade isso significa ser rigoroso e valer-se do rigor e equilíbrio de tudo na vida incluindo as contas próprias e as públicas?

Por aqui imaginamos as respostas – mas enquanto nos bombardeiam com a ideia de que ser austero e a austeridade é um mal dos mais maléficos que há no mundo e arredores, porque quem o faz defende apenas e exclusivamente os seus interesses próprios ou da empresa ou instituição que representa – gostamos de pensar por nós próprios, sem ir atrás de qualquer credo, fé, crença ou ideologia.

Reflectimos e indignamo-nos com a forma perversa como a palavra austeridade é utilizada e replicada – consideramos que é repugnante; vai muito além da demagogia porque serve propósitos muito concretos de derrubar uns com prejuízo para outros e isto não é de todo viver em democracia.

Politiza-se demasiado a vida em Portugal!

Ao ouvir a sociedade civil falar de política e políticos no dia-a-dia, até parece que somos o país com o maior número de licenciados em Ciência Política, de facto ouve-se falar demasiado sobre muitos temas desconhecidos, repete-se e replica-se até as mentiras à exaustão (…), e responsabiliza-se por vezes os outros em vez de olharmos para nós e perguntarmos se estamos a fazer algo para mudar a situação ou simplesmente olhamos e criticamos!?...


Austeridade – esse grande palavrão, esse grande vilão, esse grande papão
Aquela parte da sociedade portuguesa que ainda não conseguiu adaptar-se a viver em democracia - com liberdade de voto, liberdade de expressão e a devida percepção de que há direitos e deveres a ser cumpridos com rigor, onde a contribuição de cada um, se deve não só através de uma cidadania cívica, que inclui o pagamento de impostos por todos e para todos  - continuará a espernear e a gritar “ o rei vai nu” a ver se, o resto da sociedade que se adaptou e evoluiu, vai na sua conversa e replica aos sete ventos que a austeridade – esse grande palavrão, esse grande vilão, esse grande papão é que tem culpas no cartório em vez de assumir que ao descartar o valor do rigor, descontrolaram-se, descarrilaram e não querem pôr mãos à obra para a reviravolta necessária ao bem de todos em vez de apenas alguns.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Quem Manda Sou EU

Em criança, muitos de nós,  habituámo-nos a ouvir a frase que está no tema de conversa hoje no Sótão da Gina, e a razão pela qual falamos sobre a mesma é, de facto, para analisar o peso que tem durante o resto da vida de cada um de nós, quando repetidamente ouvimos dizer “quem manda sou eu”.

A interlocutora, nunca usou tal frase para impor quer que seja, apesar de ter filhos  adultos e ter tido alunos,  no entanto enquanto filha e aluna, ouviu a infeliz frase “quem manda sou eu”, ou suas derivantes, que na altura lhe impedia vontades, lhe tolhia passos, lhe cortava desejos e lhe soava a autoritarismo puro, duro, e sem qualquer explicação, sentido ou até necessidade.

Quem Manda Sou EU

Soava antes, soa hoje –“quem manda sou eu” é igual a autoritarismo sem qualquer sentido, mas também pode ser a falta de poder de argumentação, a impossibilidade de explicar os prós e contras, ou a falha em saber implementar a simples pedagogia, contida na ideia de que tudo é possível mas nem tudo é aconselhado.

Razões para a utilização da prepotente frase podem ser várias, e ainda que, para alguns pareça ser porque existe um vazio de conteúdo para dar qualquer explicação, será de lembrar e relembrar que a tirânica frase “quem manda sou eu” pode condicionar a criança, que se vai convertendo em jovem e chega a adulto pensando no peso que a mesma  teve e tem para o seu desenvolvimento pessoal como pessoa que nasce com o seu livre arbítrio, e começa a duvidar -  para que isso serve  - se pela vida fora lhe forem lembrando que quem manda é sempre alguém que não o próprio (!?).

Quem Manda Sou EU
Na sociedade de hoje, em que de maneira geral, se pensa que tudo é permitido, é urgente ensinar e enfatizar que há sempre consequências em todos os nossos actos, em vez de simplesmente achar que se utilizar a frase – quem manda sou eu – vai solucionar o problema.

Há quem aprenda, tal como quem vos escreve, que aquela frase que ouvira sucessivamente seria algo que nunca viria a utilizar quando já tivesse a idade da emancipação de então (18 anos); há no entanto quem considere que se foi vítima da frase quando criança e jovem, deve repeti-la hoje e sempre porque só assim impõe a sua autoridade.

A liberdade de pensamento, o livre arbítrio nas acções - nos objectivos e suas consequências, a diplomacia e boa educação, o apoio no discernimento do que é aconselhável (ou não), devem ser temas prioritários na pedagogia a utilizar, em vez, do débito directo e curto da frase “quem manda sou eu”, que muitas vezes se segue com - e não se fala mais nisso, ponto final!

Quem Manda Sou EU
A pensar, a falar, a explicar é que as pessoas se entendem – e no Sótão da Gina chegámos à conclusão que a frase “quem manda sou eu” é das mais infelizes e a ser evitada no leque de vocabulário de quem quer que seja, mas se entre os leitores houver algum psicólogo gostaríamos de saber a sua opinião!

De qualquer forma cremos que chegou o momento de reflexão sobre o respeito pelo próximo, e assim viver uma vida completamente nova, usando métodos diferentes e pedagógicos.

Como há sempre um polo negativo e um positivo, nesta conversa toda enfocámos mais o negativo, mas a título de encerramento deste raciocínio, que tal pensar que a frase “quem manda sou eu” pode ser bem positiva se precisar ou pretender dar uma ordem à sua vida e disser a si próprio, ao seu eu, ao seu pensamento, que quem manda nela (na sua vida) é mesmo você?  






quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Encontros e Desencontros de Maria

Um dia alguém que eu muito prezo, disse-me: - confie na sua melhor amiga, ao que eu perguntei: Quem? – A sua intuição!

Tenho várias teimas com a tal melhor amiga - a intuição - e por vezes apetece bater-me (só ao de leve…) por hesitar ou por não fazer muito caso quando ela insiste em mostrar-me o caminho.

Mas há algo que desde aquele conselho sábio tenho aprendido a melhorar; tem a ver com o tempo que lhe ofereço para a ouvir e ponderar no que é verdadeiramente importante para mim, e neste raciocínio surge a minha velha máxima:

Ser feliz e fazer os outros mais felizes.

Lírica? Sentimental? Emotiva? Claro que sim, mas dentro da lírica que reúne e abraça a emoção, existe também o pragmatismo suficiente para saber o que é aconselhável dentro do desejo que surge do nada e perdura pelos anos fora.

Desde a adolescência que me apercebi que tinha um gosto especial pelas palavras escritas.

Comecei por gravá-las num diário que me foi oferecido quando fiz 15 anos. Era um diário de capa de cabedal bege com um cadeado e chave.

Iniciei a minha escrita naquelas páginas imaculadas para depressa as rasgar, tal era o medo, de apesar de o diário poder ser fechado à chave, alguém pudesse abri-lo na mesma, e ler o que eu lá tinha escrito. O diário passou a ficar vazio e eventualmente perder-se numa das muitas mudanças de casa.

Passei a escrever em folhas soltas que escondia onde podia.

Rasguei muito do que escrevi ao longo dos anos, porque o que escrevia um dia, nos outros seguintes já queria emendar.

Houve quem quisesse corrigir a minha escrita mas não deixei. Acho que a nossa escrita, boa, má ou assim-assim, é como a nossa impressão digital, é única.

Segui o conselho de um grande amigo e comecei a registar os meus escritos num blogue, escrevi um romance que partilhei apenas com os intervenientes em modo privado, seguiu-se o segundo blogue e um pequeno romance que havia sido prometido aos donos da narrativa que me foi partilhada, confidenciada e de certa forma vivida.


Encontros e Desencontros de Maria

Encontros e Desencontros de Maria é um pequeno romance, de leitura muito fácil e o meu primeiro pequeno livro - escrito, editado e publicado por mim em modo “edição de autor” na Bubok. Este livro está disponível para compra na plataforma da Bubok online em formato normal de livro em papel,  e pdf que pode ser lido em qualquer plataforma digital.


Grata a todos os que me incentivaram a mostrar o que escrevia, àqueles que me têm lido ao longo destes anos, e agora também àqueles que comprarem o livro Encontros e Desencontros de Maria.

Bem-vindos os comentários que desejarem deixar no espaço disponibilizado na plataforma da Bubok .

Virgínia Dias

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Partículas NanoSilver e a Mafia Médica

O assunto que nos leva hoje à conversa no Sótão da Gina é mais um daqueles bem polémicos, que nos irrita e faz por vezes levantar a voz, apesar de considerarmos que em nada adianta fazê-lo; daí escolhemos apenas partilhar o que sabemos, pretendendo que quem nos lê  extraia a sua conclusão, ou pesquise e estude mais o assunto.  Este tema (segundo a nossa pesquisa online) não aparece em nenhuma página em português.   E falamos de quê? De um  dois em um: - Partículas “nanosilver” (nanoprata)  e a mafia médica.

Como introdução - já aqui abordámos noutros artigos, ainda que ao de leve, a existência de demasiados lóbis que vão levando um número avultado de público a mudar hábitos alimentares, apenas e só para sustentar a sua máquina comercial, que se quer cada vez mais robusta. Eles são os lóbis a favor e contra deste e aquele produto, levando as pessoas a deixar de se alimentar como sempre foram desde que nasceram, crendo que passámos todos a ser intolerantes ou alérgicos, crendo também que aqueles alimentos passaram de um dia para o outro a fazer mal à saúde pública, quando na verdade sempre haverá alguns que, sim, desenvolvem intolerância alimentar a dada altura da sua vida, outros que são alérgicos, e os outros que continuam bem e acreditam que com uma alimentação variada e equilibrada podem seguir alimentando-se de tudo a que foram habituados mantendo-se assim saudáveis.

Não esquecemos e salientamos que excepções há sempre para tudo, e que nunca servirão de regra.

Partículas NanoSilver e a Mafia Médica
Apesar de com muito agrado  sabermos que a ciência avança a passos largos para melhorar a saúde pública, também com muito desagrado temos conhecimento que há grandes grupos por esse mundo fora que se move apenas e só pelo lucro que a dita saúde pública lhes pode proporcionar, mesmo à custa de muitas vidas perdidas ou miseráveis.   Os profissionais que se movem a demonstrar isto correm o risco de ser banidos da sua actividade profissional como foi o caso da Dra. Guylaine Lanctot, a médica Canadiana que depois de praticar medicina e de ter aberto bem os olhos sobre o que se passava à sua volta, decidiu escrever e publicar o livro “Medical Mafia” em 2002 o qual foi reeditado em 2010. Neste polémico livro, a Dra. Guylaine Lanctot, diz com todas as letras – “ O chamado sistema de saúde é na realidade um sistema da doença. Pratica-se uma medicina da doença e não da saúde. Uma medicina que só reconhece a existência do corpo físico e não leva em conta nem o espírito, nem a mente, nem as emoções. E que além disso, trata apenas o sintoma e não a causa do problema. Trata-se de um sistema que mantém o paciente na ignorância e na dependência, e a quem se estimula para que consuma fármacos de todo o tipo.”  Poderá ler aqui  na íntegra uma entrevista que lhe foi feita em2013 pelo site  brasileiro “NoticiasNaturais” .

Por último abordamos o assunto sobre as partículas NanoSilver, onde fomos encontrar de novo, mais uma polémica, e esta é mais recente.

Mas o que são partículas NanoSilver ? Para que são utilizadas?

Partículas NanoSilver e a Mafia Médica
Nanosilver é uma nano partícula da prata utilizada em hospitais numa fórmula extremamente diluída cujas propriedades físico-químicas são antimicrobianas, antibacterianas, antiparasitárias, antifúngicas, antivirais, e anti-inflamatórias.

De acordo com estudos recentes efectuados na China e Canadá, as partículas Nanosilver (NSPs), estão entre os nano componentes mais interessantes da actualidade, e têm sido amplamente utilizados numa variedade de aplicações biomédicas, incluindo o diagnóstico, tratamento,  administração de fármaco, revestimento de dispositivos médicos, e em cuidados de saúde pessoal.

A utilização desta substância alarga-se ao revestimento de cateteres, implantes cardiovasculares, pensos, cola/cimento ósseo, composto resinoso para tratamentos dentários, e ainda outros que estão até à data, documentados através de estudos científicos e documentos médicos no número já razoável de 88, e disponível no site da National Center for Biotechnology Information, U.S. National Library of Medicine, onde normalmente recolhemos a informação actual sobre assuntos do foro da saúde e biomédica.  

A médica americana Dra. Rima Laibow que fundou a National Solutions Foundation, através de crowfunding conseguiu desenvolver vários estudos sobre NanoSilver e posteriormente  uma fórmula extremamente diluída da mesma, a ser utilizada como um suplemento dietético e não é aprovado pela poderosa FDA, Food and Drug Administration.  Piorando o antagonismo, a Dra. Rima comercializa no seu site, entre outros suplementos,  vários pacotes, uns em líquido outros em gel,   e afirma que o mesmo poderá servir para a imunização ou suporte contra vários vírus como por exemple o vírus do Ebola. Em Setembro de 2014, a Dra. Rima viu-se mesmo obrigada a alterar certas afirmações que fazia no seu site através de carta que lhe foi enviada por parte da Food and Drug Administration, e que é pública.

Porque é que a FDA reage assim? - Porque não quer testar e aprovar NanoSilver tal e qual como ainda não testou e aprovou Canabidiol! Não convém, nem à FDA nem  à OMS que estão de mão dada com a indústria farmacêutica na venda de vacinas, antibióticos e anti-inflamatórios.

Partículas NanoSilver e a Mafia Médica

É evidente que não é porque a FDA não aprova uma substância que ela vai deixar de ser vendida, e a fórmula de NanoSilver  continua a ser comercializada, em Portugal apesar de não haver qualquer informação sobre o assunto, já há um distribuidor de um desses produtos  -  mas é muito lamentável que não haja vontade de mudar os interesses para que a saúde das pessoas seja colocada na primeira linha de importância, e se neste caso em concreto, onde supostamente, os produtos NanoSilver funcionam como um suplemento adjuvante na protecção ou imunização, sem riscos de efeitos secundários como os das vacinas tradicionais, antibióticos e anti-inflamatórios, porque não termos a confirmação  das instituições que supostamente protegem o cidadão?

A opinião pública continuará a ser moldada conforme a conveniência do momento. Cabe a cada um de nós educar-se, informar-se, e aqui do Sótão da Gina que gostamos de partilhar as nossas conversas que provêm do nosso conhecimento, ao desenvolver este trabalho extenso,  resta-nos partilhar as principais fontes utilizadas para a elaboração deste artigo sobre Partículas NanoSilver e a Mafia Médica:


sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Ambientes Acolhedores no Inverno

Ainda em Novembro fomos à praia e falámos aqui dessa experiência invulgar,  mas eis chegado o Inverno, a conversa no Sótão da Gina começa pelo facto de tanta gente reclamar “ ai que está frio”, “ ai que chove”, “ai que nunca mais é Verão”, e por aí fora, até conversarmos um pouco e trocarmos algumas opiniões sobre os ambientes que devem ser acolhedores no Inverno.

A ver bem as coisas, Portugal mesmo sendo um país de grande diversidade com altas montanhas e florestas a norte e centro, contrastando com as planícies áridas mais a sul, temos ainda assim, um Inverno ameno quando comparado com o do Norte da Europa. Com temperaturas médias entre os 10 ºC no Porto, 12 ºC em Lisboa e 15 ºC no Algarve, a neve é rara, com excepção das zonas montanhosas do Nordeste e da Serra da Estrela.

Ambientes Acolhedores no Inverno
Com este clima temperado em Portugal, deveríamos viver em ambientes bem acolhedores no Inverno e com custos baixos de energia não fora a má e deficiente construção das casas, onde se persiste no erro de não ter em conta as devidas ou apropriadas questões climáticas, aproveitando ao melhor nível a nossa exposição solar anual, por um lado, e por outro - a falta de interesse, gerada numa grande parte da população, em melhorar o ambiente de sua casa. Muitas vezes canalizam-se recursos para “coisas” de utilidade duvidosa, em vez da sua utilização na aquisição de peças fundamentais, ou alterações para tornar o ambiente mais confortável, mais acolhedor, mais aconchegante.

Ambientes Acolhedores no Inverno
Há várias dicas para conservar o calor dentro de casa e manter a conta de eletricidade ou do gás mais baixa:

1 – Abrir as cortinas, portadas, persianas ou estores para entrar o sol e aquecer a casa - ao sol-posto fechar tudo para conservar o calor que se foi acumulando dentro da mesma
2 – Se não tiver janelas com vidros duplos, utilizar fitas de isolamento e calafetagem
3 – Não esquecer que se tiver uma lareira tradicional, quando não está a ser usada, a mesma funciona como uma janela aberta, sendo aconselhado a colocação de uma porta ou portinhola no chamado “pescoço de cavalo” na chaminé, que funcione como registo que abre e fecha
4 – Não abrir janelas para arejar mais que 10 minutos por dia
5 – Dar preferência a cozinhados de pratos no forno

Ambientes Acolhedores no Inverno
A lista poderia continuar, mas a conversa não é de todo sobre essas dicas mas sim sobre os ambientes acolhedores no Inverno, e de facto o ideal é começar a pensar nas opções aquando da construção do imóvel.

A ter em conta, na construção:

1-      A exposição solar
2-      A escolha do revestimento das paredes, tanto exteriores como interiores
3-      Tipo de janelas e portas
4-      Tipo de revestimento para o chão
5-      Evitar espaços muito grandes que raramente são utilizados
6-      O tipo de climatização tendo em conta as novas opções quer a gás quer a electricidade
7-     A escolha de eletrodomésticos que devem ser os de maior eficiência energética disponíveis no momento da compra
8-     O contador de energia bi-horária ou tri-horária

Ambientes Acolhedores no Inverno
Claro que se não for possível fazer estas escolhas na construção da casa poderá fazer algumas alterações no sentido de melhorar a sua eficiência, e se for altura de renovar móveis, não esquecer:

1-     A madeira deve sempre ser escolhida para as peças predominantes do mobiliário, em vez do vidro, pedra ou metal, que são elementos muito frios, podendo estes ser apenas utilizados como pequenos apontamentos na decoração.  
2-  Sofás, poltronas, chaises-longues, cadeirões e assentos de cadeiras devem ser em tecido, de preferência lavável ou com revestimento antinódoa – o couro ou napa são muito frios e inconfortáveis.

Se estiver na altura de escolher o tipo de climatização este artigo é bastante interessante.


Ambientes Acolhedores no Inverno
No Sótão da Gina pensamos que muitas das questões que contribuem para ter ambientes acolhedores no Inverno em Portugal, têm também muito a ver com opções de gastos, como referidas alguns parágrafos atrás, e o gosto pessoal de cada um. Hoje em dia não há falta de oferta bem variada para todos os gostos e bolsas; assim,  em querendo, as alterações a curto prazo dar-lhe-ão mais prazer e conforto na sua casa que deve ser o seu santuário – a longo prazo fá-lo-ão chegar à conclusão que poupou em gastos de energia e contribuiu para um ambiente acolhedor no Inverno de que se orgulha porque é seu e o faz sentir confortável mesmo nos dias cinzentos.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Feliz Natal

Do Sótão da Gina para o  Mundo seguem votos de Feliz Natal 



FELIZ NATAL


Que o Menino Jesus seja colocado bem no centro do Natal para que ilumine o caminho de 2016

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Santos de Casa não fazem Milagres

A conversa não é meiga, não vai acompanhada de fotografias belas, e nem vale a pena saber porque veio à baila hoje este assunto, até porque pode ser tão recorrente nas conversas do dia-a-dia, que no Sótão da Gina até já quase que o consideramos banal ao de volta em vez, dizer “santos de casa não fazem milagres”.

Colocando o dedo bem no centro da ferida e escarafunchando bem no significado deste ditado popular português “santos de casa não fazem milagres” não podíamos deixar de mencionar o assunto que tantos, enquanto, outros tantos fazem de conta que não é bem assim: o assunto do acolhimento dos refugiados vs os nossos sem-abrigo.

Santos de Casa não fazem Milagres
Que melhor não assenta o ditado “santos de casa não fazem milagres” a este assunto (?!) que assola uns, incomoda outros, enquanto que, a outros é assim como que algo que tanto lhes faz,  até  porque estamos na altura de oferecer uns quantos casacos e mantas,  mais umas quantas ceias aos sem-abrigo e com isso a alma fica lavada até para o ano que vem.  Isto numa margem de um rio bastante largo, porque na outra margem estão os refugiados que ao chegarem a Portugal são recebidos como VIP´s no aeroporto, bem acolhidos e  bem acomodados em boas casas e com bons subsídios para assim fazerem uma vida digna e confortável.  

Lamentável este rio tão largo que nos separa.

Os nossos santos, de facto, não conseguem fazer milagres em sua própria casa.  

Os nossos sem-abrigo não precisam só de casacos, mantas e uma ceia de Natal. Precisam sim, urgentemente de psiquiatras e psicólogos para os tratarem e ajudarem a serem reintegrados  nas suas famílias e na sociedade. O associar os sem-abrigo a pessoas que não têm casa porque não têm emprego é no mínimo enganador, quase-quase a dar para o embuste.

Dar casacos, mantinhas, sopinhas e ceias de Natal aos sem-abrigo convêm muito às múltiplas IPSS e afins que vivem à conta de pagamentos dos nossos impostos, e por isso a abordagem é colocar um penso em vez de curar a ferida.

Em Lisboa, a Santa Casa da Misericórdia fez um levantamento em 2013, sinalizando os sem-abrigo de Lisboa, mas falta o resto, todo o resto do quase nada já feito - por isso colocam-se tantas questões que nos fazem repetir vezes sem conta com alguma mágoa – os nossos santos não fazem milagres na sua própria casa porquê?

 - Se para os refugiados surgiram muitos mais voluntários que refugiados

- Se para os refugiados multiplicaram-se as associações, fundações, confederações, IPSS, comunidades, bancos, redes, e um mais não sei o quê de aglomerados de gente conhecida a apoiar a fazer um não sei o quê

- Se para os refugiados a UE disponibilizou fundos para lhes oferecer todas as benesses para uma vida digna

- Se para os refugiados quem não apoia é considerado indecoroso ou xenófobo

E afinal dos quase cinco mil que nos foram alocados só 50 aceitam vir para este nosso rectângulo à beira-mar plantado de gente, onde muitos dos ditos e ditas empresas de voluntariado, movem-se não com combustível voluntário e gratuito mas sim com combustível chamado euros e mais euros em subsídios da UE. Triste, e indecoroso!

Para os nossos sem-abrigo é preciso o quê? É preciso mover qual céu e qual terra, para mobilizar toda uma comunidade tão qualificada como a dos refugiados? À pois – a UE não paga subsídios para reintegrar os seus sem-abrigo… Triste, e indecoroso!

Santos de Casa não fazem Milagres

Lamentável este rio tão largo que nos separa.

Os nossos santos, de facto, não conseguem fazer milagres em sua própria casa.

Santos de Casa não fazem Milagres Mesmo! No Sótão da Gina, se dúvida houvesse, finalmente percebemos porque este ditado é português!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Praia no Outono em Portugal

 Em Dezembro, o normal para muitos, seria falar de Natal e de prendas e de receitas para as festas e tal… mas aqui no Sótão da Gina fala-se, finalmente, de praia em Novembro, e diz-se finalmente porque têm sido frequentes as perguntas sobre uma ida da anfitriã à praia não só para almoçar à beira-mar mas sim para banhos, e por isso, devido a pedidos vários, o tema da conversa ser, inevitavelmente, praia no Outono em Portugal.

Num belo domingo de Novembro, mais especificamente no dia 8 de Novembro de 2015 a vossa estimada anfitriã foi até à Foz do Lizandro, uma praia no Distrito de Lisboa, concelho de Mafra, bem pertinho da Ericeira. Como mulher que se prepara antes de sair, consultou as aplicações disponíveis no seu android sobre o tempo, incluindo o que faria na praia em questão, e nem querendo acreditar nas previsões, em três tempos tomou uma decisão simples mas memorável.

Preparada para um dia de praia como se Verão fosse – havaianas (o seu calçado preferido) biquíni, mini-saia de ganga e t-shirt, chapéu de palha (mais para o estilo que outra coisa) óculos de sol + o saco de praia devidamente apetrechado à tiracol, ala que se faz tarde rumo à Foz do Lizandro para um apetecível almoço na esplanada, e possivelmente uma bela tarde de banhos de sol. Mas eis que ao lá chegar dando-se com figuras tão inapropriadamente vestidas para os 23º de temperatura, soltando um sorriso mental, pensou que o dia seria ainda bem mais divertido, do que jamais pensaria ao sair para a praia naquele dia de Novembro.

Praia  no Outono em Portugal

Depois de uma volta inicial pela praia, bebendo daquele cheiro e daquela brisa morna que lhe era tão agradável, sentou-se à mesa da esplanada para um almoço tranquilo, preguiçoso e muito solarengo, divertindo-se com uma autêntica dança de cadeiras e mesa que um casal fazia, por achar - pasme-se - que “fazia muito sol”; sentaram-se dentro do restaurante, depois mudaram-se para a esplanada, e foram movendo mesa e cadeiras para se afastarem do sol, aquele malvado que queimava em Novembro… Às tantas o senhor levantou-se e quando voltou, a senhora já não se encontrava ali porque tinha, ela, mesa e cadeiras, ido para outro local qualquer já longe da sua vista.

A indumentária das pessoas nos restaurantes da praia, nas esplanadas, sentados a ler, a passear e no próprio areal era de rir, rir, e de rir ainda mais; estava quase tudo vestido à Inverno, não à Outono mas sim à Inverno – as botas, as golas altas, os cachecóis, os blusões faziam as delícias de uma alma que tinha tirado o dia não só para  gozar em pleno aquela belíssima praia, como também gozar das vistas cómicas que lhe passavam por todos os lados. Com tanta tecnologia à disposição, nem o próprio sol que lhes entrou pela janela os fez pensar que se calhar, se calhar era melhor mudar de roupa antes de sair…

Salvo os surfistas, e salvo ela própria, havia apenas um casal a usufruir em pleno daquele dia tão maravilhoso, brindado talvez por uma natureza um pouco alterada, quiçá até um pouco doente, mas ainda assim nada menos que fantástica, e que por si só merecia ser vivida na sua plenitude.

No restaurante disseram que a água estava com uma temperatura de 22º e que haviam avistado golfinhos há poucos minutos, fazendo com que o delicioso e preguiçoso almoço se encurtasse e terminasse para pôr à prova tal informação.

Praia  no Outono em Portugal
Quase não querendo acreditar, as temperaturas do ar e da água quase iguais (?!) como uma bailarina, pé-ante-pé dirigindo-se à água numa maré a vazar, num ritmo cadente e bem compassado, entrou na água e agradeceu aos deuses das alterações climáticas pela bênção que foi aquele banho ao envigorar-lhe a alma. Ao olhar à sua volta apercebendo-se que para além dos surfistas, um casal, apenas um casal fazia o mesmo que ela, rapidamente chegou à conclusão da derradeira razão pela qual sempre admirou surfistas; para além da ousadia e coragem que têm para cavalgar qualquer onda em qualquer dia do ano, em qualquer estado de tempo – o seu espírito livre cujo mote é “vive e deixa viver”, era, e é seguramente o mesmo que o seu, e havia ficado provado naquele invulgar dia de praia em Portugal no Outono.

Não deixe de ver a captação de imagens do dia de praia no Outono em Portugal que agreguei no vídeo (abaixo) com música de fundo de Vangelis, intitulada “La Petite Fille de la Mer” e deixe-se embalar porque o Outono não tem de ser cinzento, pelo menos no Sótão da Gina assim pensamos.  


segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Como Decorar o Seu Quarto

Um dos temas recorrentes aqui no Sótão da Gina é o da decoração e já aqui descrevemos de como decorar uma sala  à nossa maneira; hoje a conversa é sobre como decorar o seu quarto.

No Sótão da Gina acreditamos que uma decoração personalizada contribui para que se sinta melhor no seu próprio espaço e hoje ao falarmos sobre a decoração do quarto centra-mo-nos no seu quarto, não no das crianças, não do das visitas, mas sim no seu quarto.

Para a decoração do seu quarto, um dos aspectos principais a ter em conta antes de sequer pensar na compra do mobiliário é a cor base; é mediante essa cor base que vai construir a palete de cores que vai utilizar tanto nas paredes como em todos os componentes que vão fazer parte da decoração, tais como o mobiliário, cortinados, colchas ou edredões, lençóis, almofadas, quadros e bibelots. A cor base deve ter em conta a sua cor preferida mas talvez também não descurando  alguns aspectos aqui descritos nesta nossa outra conversa “A Influencia das Cores no Estado de Espírito” pois podem de uma forma ou outra influenciar os momentos passados no seu quarto. 


Como Decorar o Seu Quarto
Como Decorar o Seu Quarto
Como Decorar o Seu Quarto
Como Decorar o Seu Quarto
Ao terminar esta conversa no sótão, o importante a sintetizar é qual o objectivo principal da função do seu quarto, e se for o que referimos nesta conversa, então estes nossos concelhos poderão ser-lhe úteis quanto ao como decorar o seu quarto.

Longe vai o tempo em que os móveis eram todos de cor da madeira escura tornando os quartos sombrios e soturnos. Hoje pode optar por mobiliário em cores suaves ou fortes conforme o seu agrado, e combinando com todas as outras peças que fazem parte da decoração, e não, hoje em dia não precisa de comprar uma mobília completa, pode muito bem optar por peças soltas funcionais e que apesar de diferentes estilos combinem bem. O estilo contemporâneo de linhas direitas, por exemplo,  casa muitíssimo bem com peças soltas antigas – é preciso é criar um ambiente com harmonia.   

Se não tiver um vestiário ou quarto de vestir, o seu quarto será então o local onde guarda a sua roupa e calçado, onde se veste e calça, ou até talvez onde se maquilha; deverá então também ter em conta a organização do espaço para que seja fácil a sua arrumação diária, pois quererá que o mesmo seja fácil de manter asseado e organizado sem que para tal necessite de muito trabalho e tempo. 

O quarto, o seu quarto, deve ser o local da sua casa que lhe transmite mais paz, sendo esse o lugar onde pretende descansar, onde pretende ter o seu sono tranquilizante e reparador, mas também poderá ser onde tem os seus momentos mais íntimos. Daí, nada de tecnologia – nem televisões nem computadores aconselhados no seu quarto pois os mesmos atrasam ou impedem o descanso e sono reparador, ou a concentração nos momentos íntimos. Televisões e computadores devem ficar na sala.

Os objectos e quadros também são importantes quanto à sua selecção. No seu quarto poderá ter algumas molduras de fotografias mas apenas das pessoas a quem esse quarto pertence, ou seja as suas e do/a se/sua companheiro/a – nada de fotografias de outras pessoas que poderão contribuir para distracções do objectivo que será ou dormir ou a sua intimidade. As fotografias da família devem ficar na sala, assim como toda a tecnologia. Nada de estátuas ou estatuetas que trouxe da última viagem – o seu quarto não é uma galeria de arte, mas a sua sala já pode ser. Nas paredes, opte por quadros com motivos agradáveis e relaxantes, assim como objectos meramente decorativos, que devem também ser poucos e fazer sentido tendo alguma utilidade.

E almofadas? Separando as que servem apenas para colocar a cabeça e dormir, devem estas também ser escolhidas conforme o seu grau de bem-estar quanto à postura na cama. Mas as almofadas que podem ter também a vertente decorativa, podem atrapalhar e atrasar a hora de dormir – 1º não devem ser demasiadas para que não tenha de levantar-se a arrumá-las todas, 2º devem fazer sentido para que possa recostar-se a ler um livro – no máximo 6 almofadas é o mais aconselhado.

Quase terminando, falamos no conforto – no seu conforto – escolha o colchão que maior conforto lhe der ao seu corpo, e a partir dessa escolha,  poderá seleccionar a cama que mais comodidade lhe dará quanto ao tamanho, e à altura da mesma, pois este aspecto é importante para que o deitar e levantar não constitua problema para as suas costas.

Quanto à disposição do mobiliário há técnicas de Feng Shui interessantes a ter em conta, e que se de interesse basta pesquisar que encontrará como resolver questões de posicionamento da cama por exemplo, consoante a planta do seu quarto, tendo em conta a localização de portas e janelas.


Já agora, se tiver dificuldade em colocar o edredão  dentro da capa, aqui vai este vídeo que cremos ser bastante útil.




domingo, 22 de novembro de 2015

Separar o Trigo do Joio

Com os acontecimentos recentes no nosso país onde o ruído se insere cada vez mais em assuntos do foro politico, aturdindo os que normalmente não gostam de abordar estes assuntos, e os internacionais  - autênticos estrondos nos ouvidos de qualquer um de nós, que ousaria pensar que aqui neste nosso rectângulo estaríamos todos a salvo, porque o mundo dos maus está muito longe, é o assunto que nos inquieta hoje no Sótão da Gina fazendo-nos questionar sobre a melhor fórmula de saber separar o trigo do joio, se é que realmente há uma.

Separar o Trigo do Joio

Resumidamente, da Parábola do Trigo e do Joio traduz-se isto: - Jesus disse: O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo, mas enquanto os homens dormiam, veio um inimigo dele, semeou joio no meio do trigo e retirou-se. Porém quando a erva cresceu e deu fruto, então apareceu também o joio. Chegando os servos do dono do campo, disseram-lhe: Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem o joio? Respondeu-lhes: Homem inimigo é quem fez isso. Os servos continuaram: Queres, então, que o arranquemos? Não, respondeu ele, para que não suceda que, tirando o joio, arranqueis também o trigo. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e no tempo da ceifa direi aos ceifeiros: Ajuntai primeiro o joio e atai-o em feixes para o queimar, mas recolhei o trigo no meu celeiro.” (Mateus 13:24-30)

Desta parábola nasceu a frase “separar o trigo do joio” usada quando se questiona como, de forma muito simplista, saber o que discernir quando estamos perante o bom e o mau, uma verdade ou uma mentira.

Friedrich Nietzsche, o crítico e inúmeras vezes incompreendido filósofo alemão, que disse  “ Por vezes as pessoas não querem ouvir a verdade, porque não desejam que as suas ilusões sejam destruídas.”

Também disse “Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te.”

E assim Nietzsche continuou:

"Melhorar a humanidade? Eis a última coisa que eu prometeria. Não esperem de mim que eu erija novos ídolos! Que os antigos aprendam como é ter pés de barro! Derrubar "ídolos “-é assim que chamo todos os ideais-, esse é meu verdadeiro ofício. É inventando a mentira de um mundo ideal que se tira o valor de realidade, sua significação, sua veracidade...A mentira do ideal foi até agora a maldição que pesou sobre a realidade, a própria humanidade se tornou mentirosa e falsa até o mais fundo de seus instintos-até a adoração dos valores opostos àqueles que poderiam lhe garantir um belo crescimento futuro..."

Separar o Trigo do Joio

Perante estes e outros pensamentos, alguns centenários ou outros nem tanto, várias teses, várias opiniões, chegamos à conclusão que a capacidade de discernimento racional e espiritual é sem sombra de dúvida, a ferramenta que reúne o necessário para uma vida sã nos dias que correm.

Separar o Trigo do Joio
Saber desligar os vários ruídos, e com sensatez saber separar o trigo do joio, é sem dúvida a fórmula, mas muito antes de procurar ajuda em conseguir a mesma, o melhor é perguntar- se e definir-se o que é, e quem quer ser.

No Sótão da Gina, a opinião é unânime - antes de tudo há que ouvir o seu eu; aliás esta opinião acaba por ser transversal a vários temas aqui abordados sendo portanto recorrente; só sabendo ouvir o seu eu poderá saber ouvir os outros e discernir melhor sobre como separar o trigo do joio.

Deixamos aqui um vídeo com música para meditação, e porque a sua duração é de 4 horas, pode ser utilizada de forma faseada, até quando se desloca para o emprego, sendo a única recomendação segundo os autores, a de estar sentado. 


domingo, 15 de novembro de 2015

Agradar a Quem ?

Homens tentam agradar a mulheres, mulheres tentam agradar a homens, funcionários tentam agradar a patrões, amigos tentam agradar a amigos, filhos tentam agradar a pais, pais tentam agradar a filhos, e poderíamos continuar numa lista infindável de quem tenta  agradar a quem (?) nesta conversa de hoje no Sótão da Gina,  sem chegar a nenhum consenso porque cada um tem a sua opinião bem vincada e sabe a quem há-de agradar, ou não…

Na sociedade actual em que tudo deve ser supostamente  rápido, muitos vivem experiencias quase todas efémeras, e daí agradar ou não agradar acaba por não ter muita importância – é assim como que um “soma e segue”; enquanto que para outros, pelo contrário, basta-lhes agradar a tudo e todos porque é mais fácil e rápido. Tanto aos primeiros, como aos segundos falta-lhes a verdadeira percepção do que é agradar a si, ao próprio, ao seu eu, que é nada mais nada menos que o ser mais importante da sua vida, e muitas vezes nem pararam sequer para pensar nisso.

Agradar a Quem?
Não é mau tentar agradar a quem se ama, a quem se gosta, e nisto estamos todos de acordo, mas nunca deve ser de forma mecânica, automática, do fazer por fazer, por obrigação, por pena, ou pior ainda - à espera de alguma espécie de retorno.

Não deve haver nada mais gratificante que agradar a alguém que se ama ou se gosta pelo imenso prazer que lhe dá a si – é como um agrado-te porque me agradas sendo apenas quem és. Mas este privilégio só está disponível aos despertos e dispostos que, normalmente, são também bem-dispostos porque conhecem a felicidade de perto e por consequência  são de sorriso fácil.

Mas será que o agradar também tem a ver com tempo e o alegado falta do mesmo? Repare que a palavra “alegado” não foi colocada ao acaso e já lá iremos! Já o Principezinho dizia à Raposa que não tinha tempo quando ela lhe dizia – “Cativa-me” no livro de Saint-Exupéry. Na verdade, logo de seguida assumiu que não sabia o que a palavra significava, ao que a Raposa lhe respondeu: “criar laços”. Ou seja, ele, que nem sabia o que a palavra significava, prontificou logo a resposta de não ter tempo. Parece ser mais fácil dizer não ter tempo em vez de dizer a real razão de não querer cativar ou agradar – dá trabalho?  – é preciso justificar?, é preciso identificar a sua identidade (passe a redundância) ?  ser frontal? deixar a sua marca doa o que doer? – Talvez seja tudo isso, mas também é ser igual à sua génese, ser verdadeiro, ser real em vez de uma cópia de um outro qualquer.

A sociedade está mais vocacionada para ensinar-nos a seguir o caminho das maiorias, mas será que esse caminho é o correcto para mim? E para si? Já pensou? Afinal, quer agradar a quem, à sociedade ou a si? Quem manda em si, a sociedade, ou você? Quando referimos a sociedade é apenas a título exemplificativo, poderíamos usar o pai, a mãe, o marido, a mulher, etc.

Agradar a Quem?
Se é daquelas pessoas que se importa mais daquilo que os outros pensam de si do que propriamente o que você pensa de si, então esta conversa de hoje, no sótão, não lhe diz nada e pode seguir a assobiar para o lado porque vai continuar certamente a fazer parte daqueles que agradam a tudo e todos porque sim – porque é mais fácil e usam a desculpa do não ter tempo assim do tipo: - olha, estava agora mesmo de saída, mas gosto muito de ti, adoro-te, depois falamos! A falta de tempo, nestes casos, é apenas uma desculpa para evitar a verdade, e esta pode ser tão simples como “hoje não me apetece”, porque os nossos ritmos são simplesmente diferentes.

Agradar, cativar, criar laços  -  dá trabalho, mas nada se faz sem trabalho, sem empenho, sem fazer as opções certas para si, esquecendo os estigmas e tabus que outros podem carregar e tentar descarregar nos seus ombros.

Agrado-me , cativo-me, crio laços com o meu eu, porque sou o ser mais importante desta minha vida,  e depois vou oferecer a todos os que escolho, um a um, dando um pouco ou o  muito  de mim, na minha medida certa,  agradando, cativando, criando e fortificando laços, ou então pelo contrário – sem deselegância,  dizendo não,  cortando laços, fechando portas, justificando o real porquê sem desculpas ou rodeios  falsos  –  porque seja qual for a razão só assim consigo agradar-me e assim  sentir o prazer que a vida me ofereceu quando nasci: -  o de fazer “eu” as minhas escolhas, a ter uma voz, ser eu a seleccionar  a quem agrado para além de mim - mas esta é a opinião da interlocutora e talvez não transpareça a opinião total no Sótão da Gina, onde as opiniões se dividem pelas personalidades diferentes que moldam, limitam  e por vezes incapacitam de viver mais em plenitude. Por isso, por haver todo um universo de conceitos diferentes, pergunte-se hoje “agradar a quem?”  e faça depois uma reflexão sobre o assunto.

Bom domingo, fique bem e se quiser ouça o Diogo Piçarra no tema Verdadeiro que lhe dará mais uma perspectiva sobre este tema de Agradar a Quem? 



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