Dar Sem Esperar Nada em Troca
Ser feliz e fazer os outros ainda
mais felizes tem sido um lema de vida bastante árduo de levar a cabo, mas nem
por isso motivo para qualquer tipo de desistência ou mudança de rumo nesta fase
do caminho, e este mote, é o tema de conversa aqui no Sótão da Gina, com o
título - Altruísmo Para Que te Quero.
Pergunto-me: - Altruísmo para que
te quero?
Respondo-me de imediato: - Para
ser feliz.
A palavra altruísmo, entendida
como sinónimo de solidariedade, foi criada em 1830 pelo filósofo francês
Auguste Comte caracterizando-a então como um comportamento humano com
inclinação a dedicar-se aos outros. Este comportamento é o oposto ao egoísmo, tendência
específica e exclusivamente individual ou narcisista.
Altruísmo Para Que te Quero |
Assim, o conceito do altruísmo em
filosofia refere-se às disposições naturais do ser humano, indicando que o
homem pode ser, e é naturalmente bom, sem necessariamente relacionar as boas acções
a algo sobrenatural ou qualquer tipo de religião.
Os cristãos, no entanto, não
esquecem a frase de S. Paulo aos Efésios: …”Recordai as palavras do Senhor
Jesus, que disse: Mais bem-aventurada
coisa é dar do que receber”, e tão pouco a oração de S. Francisco de Assis
que diz: … “Pois é dando que se recebe”.
Altruísmo Para Que te Quero |
Francisco de Assis que nasceu na
cidade de Assis, Úmbria, Itália, em 1182, pertencendo à burguesia, vivia uma
vida boa com seu pai, na área do comércio. Dando-se conta que não tinha muito
jeito para acompanhar o seu pai nessa área de negócio, tentou ser militar mas
em 1206 abandonou tudo e todos tornando-se num aparente pobre maltrapilho,
deixando a sociedade burguesa perplexa. Entregou-se às suas obras junto à ordem
dos Franciscanos que fundou, e às Clarissas que ajudou a fundar com Santa
Clara.
S. Francisco de Assis, nascido
como Giovanni di Pietro di Bernardone, foi feliz assim, dando tudo de si
vivendo na simplicidade e na pobreza, sendo para os cristãos o perfeito exemplo
do altruísmo.
Tudo isto se passou há muitos
séculos, e embora o exemplo e orgulho permaneçam, reflectimos sobre os
altruístas de hoje: quem são, por onde andam, o que os move.
Hoje é de facto difícil aceitar o
altruísmo genuíno, pois por vezes parece-nos haver qualquer um, por mais
pequeno que seja, interesse por trás de qualquer acção aparentemente
altruísta. Vive-se um tempo de dúvida, de descrença, de desconfiança sobre o
dar em gratuitidade porque quase tudo tem um preço; quase tudo pode ser
considerado como um serviço pago à hora.
É urgente que as novas gerações
façam uma reflexão sobre o altruísmo e consigam recuperá-lo como forma de os homens e
mulheres serem melhores, menos dependentes de artefactos que não dão felicidade
e mais dependentes no dar para receber sem nada esperar por troca.
A felicidade em dar algo a um familiar,
a um ser querido, e ver o seu sorriso estampado no rosto é muito gratificante,
aquece-nos a alma, faz-nos sentir bem. No entanto, não há nada que se assemelhe a dar
algo a alguém que não se conhece; apenas sabe que esse alguém precisa da sua
ajuda, e essa ajuda por muito que lhe custe é absolutamente fulcral para a
sobrevivência, bem-estar e posterior felicidade desse ser humano que não
conhece.
Altruísmo Para Que te Quero |
Se nunca teve uma destas
experiências na sua vida, tente fazer algo semelhante e verá que é das
felicidades mais completas que se pode sentir; em breve dar-me-á razão
e quando se perguntar: Altruísmo para Que Te Quero, responderá com certeza:
Para Ser Feliz.
Claro que também vale dar tudo o
que se pode aos nossos seres mais queridos e a associações cujo donativo
pode ser abatido nos impostos, mas consideremos que apesar de ser muito bom,
muito positivo, é um bocadinho como que fazer batota, porque já faz parte por
tradição, obrigação ou boa vontade.
O altruísmo genuíno aquele que nos dá a
tal sensação de indescritível felicidade em dar sem esperar nada em troca, é sem
dúvida alguma: - dar a alguém desconhecido.
Pense em dar sem esperar nada em troca, seja altruísta, seja feliz!
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