quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Feliz Natal

Do Sótão da Gina para o  Mundo seguem votos de Feliz Natal 



FELIZ NATAL


Que o Menino Jesus seja colocado bem no centro do Natal para que ilumine o caminho de 2016

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Santos de Casa não fazem Milagres

A conversa não é meiga, não vai acompanhada de fotografias belas, e nem vale a pena saber porque veio à baila hoje este assunto, até porque pode ser tão recorrente nas conversas do dia-a-dia, que no Sótão da Gina até já quase que o consideramos banal ao de volta em vez, dizer “santos de casa não fazem milagres”.

Colocando o dedo bem no centro da ferida e escarafunchando bem no significado deste ditado popular português “santos de casa não fazem milagres” não podíamos deixar de mencionar o assunto que tantos, enquanto, outros tantos fazem de conta que não é bem assim: o assunto do acolhimento dos refugiados vs os nossos sem-abrigo.

Santos de Casa não fazem Milagres
Que melhor não assenta o ditado “santos de casa não fazem milagres” a este assunto (?!) que assola uns, incomoda outros, enquanto que, a outros é assim como que algo que tanto lhes faz,  até  porque estamos na altura de oferecer uns quantos casacos e mantas,  mais umas quantas ceias aos sem-abrigo e com isso a alma fica lavada até para o ano que vem.  Isto numa margem de um rio bastante largo, porque na outra margem estão os refugiados que ao chegarem a Portugal são recebidos como VIP´s no aeroporto, bem acolhidos e  bem acomodados em boas casas e com bons subsídios para assim fazerem uma vida digna e confortável.  

Lamentável este rio tão largo que nos separa.

Os nossos santos, de facto, não conseguem fazer milagres em sua própria casa.  

Os nossos sem-abrigo não precisam só de casacos, mantas e uma ceia de Natal. Precisam sim, urgentemente de psiquiatras e psicólogos para os tratarem e ajudarem a serem reintegrados  nas suas famílias e na sociedade. O associar os sem-abrigo a pessoas que não têm casa porque não têm emprego é no mínimo enganador, quase-quase a dar para o embuste.

Dar casacos, mantinhas, sopinhas e ceias de Natal aos sem-abrigo convêm muito às múltiplas IPSS e afins que vivem à conta de pagamentos dos nossos impostos, e por isso a abordagem é colocar um penso em vez de curar a ferida.

Em Lisboa, a Santa Casa da Misericórdia fez um levantamento em 2013, sinalizando os sem-abrigo de Lisboa, mas falta o resto, todo o resto do quase nada já feito - por isso colocam-se tantas questões que nos fazem repetir vezes sem conta com alguma mágoa – os nossos santos não fazem milagres na sua própria casa porquê?

 - Se para os refugiados surgiram muitos mais voluntários que refugiados

- Se para os refugiados multiplicaram-se as associações, fundações, confederações, IPSS, comunidades, bancos, redes, e um mais não sei o quê de aglomerados de gente conhecida a apoiar a fazer um não sei o quê

- Se para os refugiados a UE disponibilizou fundos para lhes oferecer todas as benesses para uma vida digna

- Se para os refugiados quem não apoia é considerado indecoroso ou xenófobo

E afinal dos quase cinco mil que nos foram alocados só 50 aceitam vir para este nosso rectângulo à beira-mar plantado de gente, onde muitos dos ditos e ditas empresas de voluntariado, movem-se não com combustível voluntário e gratuito mas sim com combustível chamado euros e mais euros em subsídios da UE. Triste, e indecoroso!

Para os nossos sem-abrigo é preciso o quê? É preciso mover qual céu e qual terra, para mobilizar toda uma comunidade tão qualificada como a dos refugiados? À pois – a UE não paga subsídios para reintegrar os seus sem-abrigo… Triste, e indecoroso!

Santos de Casa não fazem Milagres

Lamentável este rio tão largo que nos separa.

Os nossos santos, de facto, não conseguem fazer milagres em sua própria casa.

Santos de Casa não fazem Milagres Mesmo! No Sótão da Gina, se dúvida houvesse, finalmente percebemos porque este ditado é português!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Praia no Outono em Portugal

 Em Dezembro, o normal para muitos, seria falar de Natal e de prendas e de receitas para as festas e tal… mas aqui no Sótão da Gina fala-se, finalmente, de praia em Novembro, e diz-se finalmente porque têm sido frequentes as perguntas sobre uma ida da anfitriã à praia não só para almoçar à beira-mar mas sim para banhos, e por isso, devido a pedidos vários, o tema da conversa ser, inevitavelmente, praia no Outono em Portugal.

Num belo domingo de Novembro, mais especificamente no dia 8 de Novembro de 2015 a vossa estimada anfitriã foi até à Foz do Lizandro, uma praia no Distrito de Lisboa, concelho de Mafra, bem pertinho da Ericeira. Como mulher que se prepara antes de sair, consultou as aplicações disponíveis no seu android sobre o tempo, incluindo o que faria na praia em questão, e nem querendo acreditar nas previsões, em três tempos tomou uma decisão simples mas memorável.

Preparada para um dia de praia como se Verão fosse – havaianas (o seu calçado preferido) biquíni, mini-saia de ganga e t-shirt, chapéu de palha (mais para o estilo que outra coisa) óculos de sol + o saco de praia devidamente apetrechado à tiracol, ala que se faz tarde rumo à Foz do Lizandro para um apetecível almoço na esplanada, e possivelmente uma bela tarde de banhos de sol. Mas eis que ao lá chegar dando-se com figuras tão inapropriadamente vestidas para os 23º de temperatura, soltando um sorriso mental, pensou que o dia seria ainda bem mais divertido, do que jamais pensaria ao sair para a praia naquele dia de Novembro.

Praia  no Outono em Portugal

Depois de uma volta inicial pela praia, bebendo daquele cheiro e daquela brisa morna que lhe era tão agradável, sentou-se à mesa da esplanada para um almoço tranquilo, preguiçoso e muito solarengo, divertindo-se com uma autêntica dança de cadeiras e mesa que um casal fazia, por achar - pasme-se - que “fazia muito sol”; sentaram-se dentro do restaurante, depois mudaram-se para a esplanada, e foram movendo mesa e cadeiras para se afastarem do sol, aquele malvado que queimava em Novembro… Às tantas o senhor levantou-se e quando voltou, a senhora já não se encontrava ali porque tinha, ela, mesa e cadeiras, ido para outro local qualquer já longe da sua vista.

A indumentária das pessoas nos restaurantes da praia, nas esplanadas, sentados a ler, a passear e no próprio areal era de rir, rir, e de rir ainda mais; estava quase tudo vestido à Inverno, não à Outono mas sim à Inverno – as botas, as golas altas, os cachecóis, os blusões faziam as delícias de uma alma que tinha tirado o dia não só para  gozar em pleno aquela belíssima praia, como também gozar das vistas cómicas que lhe passavam por todos os lados. Com tanta tecnologia à disposição, nem o próprio sol que lhes entrou pela janela os fez pensar que se calhar, se calhar era melhor mudar de roupa antes de sair…

Salvo os surfistas, e salvo ela própria, havia apenas um casal a usufruir em pleno daquele dia tão maravilhoso, brindado talvez por uma natureza um pouco alterada, quiçá até um pouco doente, mas ainda assim nada menos que fantástica, e que por si só merecia ser vivida na sua plenitude.

No restaurante disseram que a água estava com uma temperatura de 22º e que haviam avistado golfinhos há poucos minutos, fazendo com que o delicioso e preguiçoso almoço se encurtasse e terminasse para pôr à prova tal informação.

Praia  no Outono em Portugal
Quase não querendo acreditar, as temperaturas do ar e da água quase iguais (?!) como uma bailarina, pé-ante-pé dirigindo-se à água numa maré a vazar, num ritmo cadente e bem compassado, entrou na água e agradeceu aos deuses das alterações climáticas pela bênção que foi aquele banho ao envigorar-lhe a alma. Ao olhar à sua volta apercebendo-se que para além dos surfistas, um casal, apenas um casal fazia o mesmo que ela, rapidamente chegou à conclusão da derradeira razão pela qual sempre admirou surfistas; para além da ousadia e coragem que têm para cavalgar qualquer onda em qualquer dia do ano, em qualquer estado de tempo – o seu espírito livre cujo mote é “vive e deixa viver”, era, e é seguramente o mesmo que o seu, e havia ficado provado naquele invulgar dia de praia em Portugal no Outono.

Não deixe de ver a captação de imagens do dia de praia no Outono em Portugal que agreguei no vídeo (abaixo) com música de fundo de Vangelis, intitulada “La Petite Fille de la Mer” e deixe-se embalar porque o Outono não tem de ser cinzento, pelo menos no Sótão da Gina assim pensamos.  


segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Como Decorar o Seu Quarto

Um dos temas recorrentes aqui no Sótão da Gina é o da decoração e já aqui descrevemos de como decorar uma sala  à nossa maneira; hoje a conversa é sobre como decorar o seu quarto.

No Sótão da Gina acreditamos que uma decoração personalizada contribui para que se sinta melhor no seu próprio espaço e hoje ao falarmos sobre a decoração do quarto centra-mo-nos no seu quarto, não no das crianças, não do das visitas, mas sim no seu quarto.

Para a decoração do seu quarto, um dos aspectos principais a ter em conta antes de sequer pensar na compra do mobiliário é a cor base; é mediante essa cor base que vai construir a palete de cores que vai utilizar tanto nas paredes como em todos os componentes que vão fazer parte da decoração, tais como o mobiliário, cortinados, colchas ou edredões, lençóis, almofadas, quadros e bibelots. A cor base deve ter em conta a sua cor preferida mas talvez também não descurando  alguns aspectos aqui descritos nesta nossa outra conversa “A Influencia das Cores no Estado de Espírito” pois podem de uma forma ou outra influenciar os momentos passados no seu quarto. 


Como Decorar o Seu Quarto
Como Decorar o Seu Quarto
Como Decorar o Seu Quarto
Como Decorar o Seu Quarto
Ao terminar esta conversa no sótão, o importante a sintetizar é qual o objectivo principal da função do seu quarto, e se for o que referimos nesta conversa, então estes nossos concelhos poderão ser-lhe úteis quanto ao como decorar o seu quarto.

Longe vai o tempo em que os móveis eram todos de cor da madeira escura tornando os quartos sombrios e soturnos. Hoje pode optar por mobiliário em cores suaves ou fortes conforme o seu agrado, e combinando com todas as outras peças que fazem parte da decoração, e não, hoje em dia não precisa de comprar uma mobília completa, pode muito bem optar por peças soltas funcionais e que apesar de diferentes estilos combinem bem. O estilo contemporâneo de linhas direitas, por exemplo,  casa muitíssimo bem com peças soltas antigas – é preciso é criar um ambiente com harmonia.   

Se não tiver um vestiário ou quarto de vestir, o seu quarto será então o local onde guarda a sua roupa e calçado, onde se veste e calça, ou até talvez onde se maquilha; deverá então também ter em conta a organização do espaço para que seja fácil a sua arrumação diária, pois quererá que o mesmo seja fácil de manter asseado e organizado sem que para tal necessite de muito trabalho e tempo. 

O quarto, o seu quarto, deve ser o local da sua casa que lhe transmite mais paz, sendo esse o lugar onde pretende descansar, onde pretende ter o seu sono tranquilizante e reparador, mas também poderá ser onde tem os seus momentos mais íntimos. Daí, nada de tecnologia – nem televisões nem computadores aconselhados no seu quarto pois os mesmos atrasam ou impedem o descanso e sono reparador, ou a concentração nos momentos íntimos. Televisões e computadores devem ficar na sala.

Os objectos e quadros também são importantes quanto à sua selecção. No seu quarto poderá ter algumas molduras de fotografias mas apenas das pessoas a quem esse quarto pertence, ou seja as suas e do/a se/sua companheiro/a – nada de fotografias de outras pessoas que poderão contribuir para distracções do objectivo que será ou dormir ou a sua intimidade. As fotografias da família devem ficar na sala, assim como toda a tecnologia. Nada de estátuas ou estatuetas que trouxe da última viagem – o seu quarto não é uma galeria de arte, mas a sua sala já pode ser. Nas paredes, opte por quadros com motivos agradáveis e relaxantes, assim como objectos meramente decorativos, que devem também ser poucos e fazer sentido tendo alguma utilidade.

E almofadas? Separando as que servem apenas para colocar a cabeça e dormir, devem estas também ser escolhidas conforme o seu grau de bem-estar quanto à postura na cama. Mas as almofadas que podem ter também a vertente decorativa, podem atrapalhar e atrasar a hora de dormir – 1º não devem ser demasiadas para que não tenha de levantar-se a arrumá-las todas, 2º devem fazer sentido para que possa recostar-se a ler um livro – no máximo 6 almofadas é o mais aconselhado.

Quase terminando, falamos no conforto – no seu conforto – escolha o colchão que maior conforto lhe der ao seu corpo, e a partir dessa escolha,  poderá seleccionar a cama que mais comodidade lhe dará quanto ao tamanho, e à altura da mesma, pois este aspecto é importante para que o deitar e levantar não constitua problema para as suas costas.

Quanto à disposição do mobiliário há técnicas de Feng Shui interessantes a ter em conta, e que se de interesse basta pesquisar que encontrará como resolver questões de posicionamento da cama por exemplo, consoante a planta do seu quarto, tendo em conta a localização de portas e janelas.


Já agora, se tiver dificuldade em colocar o edredão  dentro da capa, aqui vai este vídeo que cremos ser bastante útil.




domingo, 22 de novembro de 2015

Separar o Trigo do Joio

Com os acontecimentos recentes no nosso país onde o ruído se insere cada vez mais em assuntos do foro politico, aturdindo os que normalmente não gostam de abordar estes assuntos, e os internacionais  - autênticos estrondos nos ouvidos de qualquer um de nós, que ousaria pensar que aqui neste nosso rectângulo estaríamos todos a salvo, porque o mundo dos maus está muito longe, é o assunto que nos inquieta hoje no Sótão da Gina fazendo-nos questionar sobre a melhor fórmula de saber separar o trigo do joio, se é que realmente há uma.

Separar o Trigo do Joio

Resumidamente, da Parábola do Trigo e do Joio traduz-se isto: - Jesus disse: O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo, mas enquanto os homens dormiam, veio um inimigo dele, semeou joio no meio do trigo e retirou-se. Porém quando a erva cresceu e deu fruto, então apareceu também o joio. Chegando os servos do dono do campo, disseram-lhe: Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem o joio? Respondeu-lhes: Homem inimigo é quem fez isso. Os servos continuaram: Queres, então, que o arranquemos? Não, respondeu ele, para que não suceda que, tirando o joio, arranqueis também o trigo. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e no tempo da ceifa direi aos ceifeiros: Ajuntai primeiro o joio e atai-o em feixes para o queimar, mas recolhei o trigo no meu celeiro.” (Mateus 13:24-30)

Desta parábola nasceu a frase “separar o trigo do joio” usada quando se questiona como, de forma muito simplista, saber o que discernir quando estamos perante o bom e o mau, uma verdade ou uma mentira.

Friedrich Nietzsche, o crítico e inúmeras vezes incompreendido filósofo alemão, que disse  “ Por vezes as pessoas não querem ouvir a verdade, porque não desejam que as suas ilusões sejam destruídas.”

Também disse “Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te.”

E assim Nietzsche continuou:

"Melhorar a humanidade? Eis a última coisa que eu prometeria. Não esperem de mim que eu erija novos ídolos! Que os antigos aprendam como é ter pés de barro! Derrubar "ídolos “-é assim que chamo todos os ideais-, esse é meu verdadeiro ofício. É inventando a mentira de um mundo ideal que se tira o valor de realidade, sua significação, sua veracidade...A mentira do ideal foi até agora a maldição que pesou sobre a realidade, a própria humanidade se tornou mentirosa e falsa até o mais fundo de seus instintos-até a adoração dos valores opostos àqueles que poderiam lhe garantir um belo crescimento futuro..."

Separar o Trigo do Joio

Perante estes e outros pensamentos, alguns centenários ou outros nem tanto, várias teses, várias opiniões, chegamos à conclusão que a capacidade de discernimento racional e espiritual é sem sombra de dúvida, a ferramenta que reúne o necessário para uma vida sã nos dias que correm.

Separar o Trigo do Joio
Saber desligar os vários ruídos, e com sensatez saber separar o trigo do joio, é sem dúvida a fórmula, mas muito antes de procurar ajuda em conseguir a mesma, o melhor é perguntar- se e definir-se o que é, e quem quer ser.

No Sótão da Gina, a opinião é unânime - antes de tudo há que ouvir o seu eu; aliás esta opinião acaba por ser transversal a vários temas aqui abordados sendo portanto recorrente; só sabendo ouvir o seu eu poderá saber ouvir os outros e discernir melhor sobre como separar o trigo do joio.

Deixamos aqui um vídeo com música para meditação, e porque a sua duração é de 4 horas, pode ser utilizada de forma faseada, até quando se desloca para o emprego, sendo a única recomendação segundo os autores, a de estar sentado. 


domingo, 15 de novembro de 2015

Agradar a Quem ?

Homens tentam agradar a mulheres, mulheres tentam agradar a homens, funcionários tentam agradar a patrões, amigos tentam agradar a amigos, filhos tentam agradar a pais, pais tentam agradar a filhos, e poderíamos continuar numa lista infindável de quem tenta  agradar a quem (?) nesta conversa de hoje no Sótão da Gina,  sem chegar a nenhum consenso porque cada um tem a sua opinião bem vincada e sabe a quem há-de agradar, ou não…

Na sociedade actual em que tudo deve ser supostamente  rápido, muitos vivem experiencias quase todas efémeras, e daí agradar ou não agradar acaba por não ter muita importância – é assim como que um “soma e segue”; enquanto que para outros, pelo contrário, basta-lhes agradar a tudo e todos porque é mais fácil e rápido. Tanto aos primeiros, como aos segundos falta-lhes a verdadeira percepção do que é agradar a si, ao próprio, ao seu eu, que é nada mais nada menos que o ser mais importante da sua vida, e muitas vezes nem pararam sequer para pensar nisso.

Agradar a Quem?
Não é mau tentar agradar a quem se ama, a quem se gosta, e nisto estamos todos de acordo, mas nunca deve ser de forma mecânica, automática, do fazer por fazer, por obrigação, por pena, ou pior ainda - à espera de alguma espécie de retorno.

Não deve haver nada mais gratificante que agradar a alguém que se ama ou se gosta pelo imenso prazer que lhe dá a si – é como um agrado-te porque me agradas sendo apenas quem és. Mas este privilégio só está disponível aos despertos e dispostos que, normalmente, são também bem-dispostos porque conhecem a felicidade de perto e por consequência  são de sorriso fácil.

Mas será que o agradar também tem a ver com tempo e o alegado falta do mesmo? Repare que a palavra “alegado” não foi colocada ao acaso e já lá iremos! Já o Principezinho dizia à Raposa que não tinha tempo quando ela lhe dizia – “Cativa-me” no livro de Saint-Exupéry. Na verdade, logo de seguida assumiu que não sabia o que a palavra significava, ao que a Raposa lhe respondeu: “criar laços”. Ou seja, ele, que nem sabia o que a palavra significava, prontificou logo a resposta de não ter tempo. Parece ser mais fácil dizer não ter tempo em vez de dizer a real razão de não querer cativar ou agradar – dá trabalho?  – é preciso justificar?, é preciso identificar a sua identidade (passe a redundância) ?  ser frontal? deixar a sua marca doa o que doer? – Talvez seja tudo isso, mas também é ser igual à sua génese, ser verdadeiro, ser real em vez de uma cópia de um outro qualquer.

A sociedade está mais vocacionada para ensinar-nos a seguir o caminho das maiorias, mas será que esse caminho é o correcto para mim? E para si? Já pensou? Afinal, quer agradar a quem, à sociedade ou a si? Quem manda em si, a sociedade, ou você? Quando referimos a sociedade é apenas a título exemplificativo, poderíamos usar o pai, a mãe, o marido, a mulher, etc.

Agradar a Quem?
Se é daquelas pessoas que se importa mais daquilo que os outros pensam de si do que propriamente o que você pensa de si, então esta conversa de hoje, no sótão, não lhe diz nada e pode seguir a assobiar para o lado porque vai continuar certamente a fazer parte daqueles que agradam a tudo e todos porque sim – porque é mais fácil e usam a desculpa do não ter tempo assim do tipo: - olha, estava agora mesmo de saída, mas gosto muito de ti, adoro-te, depois falamos! A falta de tempo, nestes casos, é apenas uma desculpa para evitar a verdade, e esta pode ser tão simples como “hoje não me apetece”, porque os nossos ritmos são simplesmente diferentes.

Agradar, cativar, criar laços  -  dá trabalho, mas nada se faz sem trabalho, sem empenho, sem fazer as opções certas para si, esquecendo os estigmas e tabus que outros podem carregar e tentar descarregar nos seus ombros.

Agrado-me , cativo-me, crio laços com o meu eu, porque sou o ser mais importante desta minha vida,  e depois vou oferecer a todos os que escolho, um a um, dando um pouco ou o  muito  de mim, na minha medida certa,  agradando, cativando, criando e fortificando laços, ou então pelo contrário – sem deselegância,  dizendo não,  cortando laços, fechando portas, justificando o real porquê sem desculpas ou rodeios  falsos  –  porque seja qual for a razão só assim consigo agradar-me e assim  sentir o prazer que a vida me ofereceu quando nasci: -  o de fazer “eu” as minhas escolhas, a ter uma voz, ser eu a seleccionar  a quem agrado para além de mim - mas esta é a opinião da interlocutora e talvez não transpareça a opinião total no Sótão da Gina, onde as opiniões se dividem pelas personalidades diferentes que moldam, limitam  e por vezes incapacitam de viver mais em plenitude. Por isso, por haver todo um universo de conceitos diferentes, pergunte-se hoje “agradar a quem?”  e faça depois uma reflexão sobre o assunto.

Bom domingo, fique bem e se quiser ouça o Diogo Piçarra no tema Verdadeiro que lhe dará mais uma perspectiva sobre este tema de Agradar a Quem? 



quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Esquerda, Direita e a Democracia em Portugal

 E é isto, até no Sótão da Gina se falou em política, ao que isto chegou?! Pois é… o ruído sobre este assunto é tanto, que até aqui se falou no que normalmente fugimos a sete pés, porque somos literalmente a favor de “a César o que é de César” e neste sótão não há ninguém especialista em política, mas hoje, e fervorosamente, falamos sobre o que é isto de esquerda, direita e a democracia em Portugal.

Esquerda, Direita e a Democracia em Portugal

Porque é que existem estas definições de esquerda e direita? Indo aos primórdios para melhor compreender, tudo começou em França durante o processo revolucionário começado em 1789 num evento denominado - Revolução Francesa (1789-1815). Ora os Girondinos, considerados moderados e conciliadores, ocupavam o lado direito da Assembleia, enquanto os Jacobinos, radicais e exaltados, ocupavam o lado esquerdo. Assim, e de raciocínio generalizado e simplista, os de direita, considerados conservadores defendem o liberalismo e eficácia da economia de mercado, enquanto os de esquerda, considerados radicais se centram nos valores da igualdade e da solidariedade. Juntando estes valores de esquerda e de direita parece-nos que seria de facto o ideal, mas de facto, de facto - o que nos parece extremamente negativo é que, constatamos que ser de Direita ou de Esquerda pode ser algo relativo e até mutante, uma vez que um partido, por exemplo, pode estar de um lado num momento e de outro noutra situação, agindo conforme um jogo de interesses. Por isso, muitos consideram estas definições enganosas, uma vez que os valores de cada grupo podem tornar-se contraditórios.

Enquanto que por vezes, seja aparente a muitos de nós, que o resultado de eleições não é mais que um jogo de cadeiras, hoje, e dado ao que tem acontecido no nosso país desde o passado 5 de Outubro, chega-se à triste conclusão daquilo que já vínhamos há algum tempo a desconfiar:  - há pessoas com  visões totalmente  maniqueístas das regras democráticas.

Ora, se tantos de nós, aliás pelos resultados eleitorais, e em abono da verdade, a grande maioria de nós Portugueses que se deram ao trabalho de votar, nos definimos de simplesmente democratas, e dizemos simplesmente para não cairmos na tendência de acrescentarmos palavras que possam ser associadas a partidos, que por vezes podem toldar e influenciar demasiado a visão de cada um que não consegue discernir muito bem sobre os interesses de um país num todo, e por isso acaba por ser influenciado a “ torcer” como se de um clube de futebol se tratasse; porque estamos nós, agora, a permitir que os nossos pensamentos e princípios profundamente democráticos sejam postos em causa por grupos menores que até aqui só serviram de retórica?

Assistimos a um autêntico Baile de Máscaras encaixando todos os limites da ambição de cada um dos intervenientes que decidiu pura e simplesmente, que, o que a maioria dos democratas deste país disse através do seu voto colocado nas urnas no passado 5 de Outubro não valia o que valia, mas sim o que eles, esses, os tais que perderam a noção do que significa ser democrata, quiseram e querem à revelia da maioria dos cidadãos – agora dá vontade de gritar o que eles andaram a gritar nas manifestações durante estes mais de 40 anos. “O povo é quem mais ordena” – porque o povo votou e expressou a continuação da democracia e não a ditadura que uma minoria nos quer impor.

Esquerda, Direita e a Democracia em Portugal

No Sótão da Gina somos unanimes no pensamento do – vive e deixa viver, e ainda mais pela pluralidade que vai muito além da discussão ou divisão na nossa sociedade entre esquerda e direita. Se por um lado ainda há franjas da nossa população que acredita aferradamente ou cegamente, apenas e só, nos princípios activos de uma ideologia, a grande maioria demonstrou nas urnas que consegue também analisar pessoas vs partidos, e por isso observamos que essa maioria de portugueses que se estende além-fronteiras, apresenta-se hoje perplexa por aquilo que uma dita minoria está a tentar empurrar com a barriga e ver se consegue levar-nos todos na sua avalanche de desmesurada ambição pessoal através de contínua lavagem cerebral. Por nós, podiam ir para a Venezuela que lá teriam excelente sucesso, mas adiante!

O Patriotismo destes pequenos grupos que nos tentam desviar da democracia é de bradar aos céus e posto tudo o que se tem passado, eis que nos resta aguardar por novos capítulos desta novela “Baile de Máscaras” onde cabe agora ao Presidente da Republica assegurar o equilíbrio constitucional de um país que é o nosso, decidir o que afinal, e de forma simplista, nós portugueses, cidadãos que votámos, pensávamos que já havíamos decido, mas afinal, não – porque alguém maniqueísta e de sorriso cínico decidiu mudar a fórmula no Excel à sua conveniência.

Esquerda, Direita e a Democracia em Portugal
Sinceramente, no Sótão da Gina achamos que Portugal merece mais e melhor. Merecemos um esclarecimento: -  é urgente saber se é o povo que vota quem decide, ou se pelo contrário é permitido que outros alterem dados matemáticos a seu bel-prazer para servir os seus egos gigantes ou as suas ambições desmedidas. Esquerda, Direita e a Democracia em Portugal – precisa urgentemente de ser esclarecida - para nós eram novas eleições num menor prazo possível para devolver a confiança de que tanto precisamos. Viva Portugal! 

sábado, 31 de outubro de 2015

E afinal podemos comer o quê?

A conversa de hoje no Sótão da Gina  é mais um monólogo de opinião que outra coisa, pois é como que um enunciado da anfitriã que tem formação em Ciências da Nutrição, e que pode de alguma forma esclarecer quem ficou confuso com a informação transmitida pela comunicação social durante os últimos dias, sobre o consumo de carne e peixe e o deixou a fazer a pergunta do nosso título:  - e afinal podemos comer o quê?

No dia 26 de Outubro foi efectuado um comunicado de imprensa pela Organização Mundial de Saúde sobre a informação publicada pela  IARC - International Agency for Research on Cancer (Agência Internacional de Pesquisa para o Cancro) resultante de  monografias de 22 cientistas de 10 países que avaliam o consumo de carne vermelha e carne processada em termos de carcinogenicidade (serem ou não carcinogénicos).

Desta publicação, surgiram as mais diversas noticias algumas delas dando um toque cómico em vez de elucidativo e sério que o assunto merece. Como se não bastasse esta informação, a Global Footprint Network publicou no mesmo dia, um relatório sobre um novo estudo intitulado “Países mediterrânicos aquém de alcançar uma visão da região de desenvolvimento sustentável” que originou os mais diversos e controversos artigos sobre o consumo de peixe em Portugal. Ver comunicado aqui.

Entre os artigos sobre o consumo de carne e o consumo de peixe gerou-se a polémica onde entraram inevitavelmente os legumes e frutas com pesticidas e  gerou-se a pergunta comum a muitos:  - E afinal podemos comer o quê?

E afinal podemos comer o quê?
O comunicado de imprensa da Organização Mundial de Saúde, que pode ler aqui é obviamente sintético porque é dirigido à comunidade em geral e não à cientifica, por isso há que com rigor e honestidade intelectual, que compete aos órgãos  de comunicação social,  produzir informação interpretativa e adequada para não aterrorizar a opinião publica, mas pouco foi feito nesse contexto porque o sensacionalismo  é que vende, é que origina muito comentário e falatório.  Posteriormente e em tom de reparar os danos, alguns têm vindo a publicar artigos atestando que afinal não é tudo bem assim, e que talvez na moderação esteja a resposta.

Para a comunidade ciêntifica, creio que no texto sobre o resultado das monografias dos 22 cientistas que pode encontrar aqui, não há grande novidade a acrescentar ao que já era sabido, no entanto a informação     deveria ser transmitida à comunidade em geral, de forma descomplicada  e desmistificada. Dos que lemos em Portugal, o que achámos mais adequado foi este artigo do Observador que pode ler aqui 

Em termos práticos e esclarecedores, para quem nos lê e não esteja inteirado sobre este tema que se insere na nutrição e saúde, e que obviamente nos preocupa e interessa a todos, extraindo e resumindo das monografias a informação importante, conclui-se que o consumo ( a partir de)  mais de 100gr de carne processada poderá aumentar o risco de 17 ou 18% de contrair cancro - em especial o cancro colo-rectal, não pela carne em si, mas sim pelos produtos utilizados para o processamento das mesmas. Quanto à carne que não é processada,  há cientistas que tendem a associar o seu consumo a alguns casos específicos de cancro mas não têm evidência concreta e por isso fazem apenas o alerta da possibilidade.

Este artigo do Publico também tem algum interesse e pode lê-lo aqui.

E afinal podemos comer o quê?
As nossas linhas gerais do que se deve reter para a prevenção são:

1 - o consumo excessivo de qualquer alimento é nocivo, independentemente de ser carne, peixe, legumes ou frutas. Mais tarde ou mais cedo vai deixar depósitos excessivos de nutrientes ou químicos que serão mais dificilmente eliminados do organismo.

2- a probabilidade de  cada pessoa contrair cancro tem muito a ver com o ambiente onde a mesma reside, hábitos e metabolismo individual,  e ainda (talvez) a mais importante - a genética,  em vez de apenas e só pelos alimentos ingeridos.

3 – a dieta mediterrânica continua a ser até hoje a mais aconselhada para a manutenção de uma saúde ideal, mas há que ser comedida nas quantidades, e ajustada a cada individuo dependendo da sua actividade e idade. Excepção será feita àqueles que têm intolerâncias ou alergias alimentares a quem deve ser recomendada uma dieta específica e à sua medida.

4 – comer de tudo de forma variada e rotativa, não repetindo os mesmo alimentos em  três a quatro dias. Isto dará tempo ao organismo de se “limpar” de excessos de nutrientes ou químicos e assim não se “encharcará” dos mesmos que podem originar excesso de peso ou doenças metabólicas, ou ambos (como é o caso da diabetes).  

As conclusões a fazer serão diferentes para cada país, mas para os hábitos actuais em Portugal, é bem simples:  -   Come-se demais.
E afinal podemos comer o quê?

Não há necessidade de duas refeições quentes onde entra peixe e, ou carne em ambas, mais hidratos de carbono, legumes e fruta. Um dos erros crassos num prato “à portuguesa” é para dar um único exemplo: -  o bitoque acompanhado de ovo, batata frita, arroz e salada; a combinação de dupla dose de proteína com a dupla dose de hidratos de carbono não é de todo salva pela salada que nem sequer deveria ir no mesmo prato, porque jamais se misturam alimentos frios e quentes no mesmo recipiente.

A comunidade mais velha, por exemplo, acaba por contrair diabetes precisamente pela ingestão exagerada de alimentos, que pela sua condição mais sedentária, o organismo deixa de ter capacidade de os digerir e eliminar de forma adequada. Esta comunidade tem muito mais necessidade de se hidratar do que ingerir tanta quantidade de alimentos e é de lamentar que muitos vivam “encharcados” de medicamentos para corrigir os excessos, em vez de serem aconselhados a comer menos e de forma adequada não só à sua idade como às suas necessidades nutricionais.

E afinal podemos comer o quê?
Do Sótão da Gina esperamos que esta informação tenha sido um pouco mais esclarecedora e deixamos a mensagem para que não fique na dúvida, perguntando a si próprio “e afinal podemos comer o quê?” - Coma de tudo um pouco, de forma variada, equilibrada ao seu organismo, ajustada ao seu modo de vida, usando o bom senso e sem radicalismos. Se tiver historial de cancro na família, então aconselhe-se melhor com o seu médico.  

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Ciclos com ou sem Alma


A conversa de hoje no Sótão da Gina é intensa e iluminada ao contrário deste dia cinzento de Outono. Falar sobre os ciclos de vida quando sentidos com a alma é definitivamente outra coisa, mas há quem ainda não tenha chegado a este estádio, e pelo tal, não sabe a diferença entre viver os ciclos da vida com ou sem alma.

Quando se menciona a palavra alma, há logo quem pense “pronto” lá vão elas falar de religião – mas não, nada disso; cada um terá, ou não, a sua e esse é um tema que não será abordado aqui no sótão, porque tal e qual como política e futebol, são temas que deixamos entregues aos  entendidos.

Segundo consta - Alma é um termo derivado do hebraico nephesh, que significa vida ou criatura , e também do latim animu, que significa "o que anima”; espiritualmente  significa o princípio inteligente do Universo, o ser real, circunscrito, imaterial e individual que existe no ser humano e que sobrevive ao corpo, estando sujeita à Lei do progresso, ou seja, a de se aperfeiçoar por meio da Reencarnação em várias encarnações progressivas até atingir a perfeição, o estágio de Espírito Puro, quando não tem mais a necessidade de reencarnar.

Em palavras simples e nossas - a alma – é o que dá sentido à vida.

Em palavras tecnológicas – a alma – é o nosso disco rígido – é nele que é gravado tudo o que somos e fazemos, mas há alturas que o melhor é, tal como num computador, formatar, e começar de novo, sendo que nunca é tarde demais para o fazer.

Ciclos com ou sem Alma
Mas falando concretamente dos ciclos na vida, e há vários – os astrológicos, os numerológicos, os que são identificados como fases da vida - a infância, adolescência, adulto e velhice, cremos que  os mais fascinantes são os denominados de  seténios, e vejamos porque o achamos.

Segundo consta nos estudos dos seténios, que se baseia na medicina tradicional chinesa e na antroposofia (dos gregos) - a vida é dividida em 10 fases, estabelecidas a cada 7 anos - sendo a primeira dos 0 ao 7 anos de idade, e assim por diante. A cada fase um novo ciclo começa, com mudanças em vários aspectos da vida de cada um.

Chineses e gregos foram os primeiros a observar que as mudanças biológicas e espirituais que ocorriam de sete em sete anos; razão pela qual chamaram as fases  de seténios. Se cada um respeitar o ritmo de cada seténio chegará certamente à décima fase, ou seja, 70 anos, com muito mais consciência e sabedoria.

Assim, depreende-se que o objectivo dos seténios, é alertar as pessoas das fases existentes na vida para que saibam das mudanças e as aproveitem de modo saudável, e em modo vigilante e desperto possam beneficiar das oportunidades de renovação, com pragmatismo e estímulo diário para um amanhã sempre melhor.

Ciclos com ou sem Alma

O modo vigilante e desperto é acompanhado de confiança do crer sem ver, do querer pelo sentir, em vez do ver para crer ou do nem querer sentir, ou ver ou crer. Este modo aguça a intuição, exercita-a e dá-lhe instruções para que participe cada vez mais nos ciclos e ajude a aperfeiçoar os dias. A razão, é por vezes um pouco inimiga e desmancha-prazeres, dificultando ou impedindo que a alma veja de forma límpida e iluminada, mas há que fazer silêncio e ouvir para ver melhor e sentir ainda de forma mais refinada.

Ninguém é perfeito, aliás segundo a teoria sobre a alma, se o fossemos já não estaríamos cá… mas se nos for dada a oportunidade de aperfeiçoamento continuo (?!) enquanto por cá andamos, porque não ouvir o que a alma nos diz e aprender a saborear melhor tudo o que fazemos?

Há quem entenda que as dificuldades são todas uma tragédia e passa por elas repetidas vezes sem sequer tentar modificá-las – mas também os há que sabem encará-las de frente e sem medo, num ciclo novo acordam mais atentos e despertos para o que lhes dá mais prazer.
  

Ciclos com ou sem Alma
No Sótão da Gina cremos por unanimidade que tudo tem uma razão de ser, e se chegar ao ponto de conseguir perceber como e porquê, os seus ciclos correram desta ou de outra forma, isso fará com que se aperceba também qual a sua missão em cada ciclo, e talvez até qual o projecto de vida que escolheu antes de cá chegar, e aí, talvez só aí, aperceber-se-á da diferença que existe em passar os seus ciclos com ou sem alma. Perdoem-nos a comparação metafórica, mas é quase como que comer um pastel de nata sem canela – ser bom é,  mas não é de todo a mesma coisa.   

E já vai sendo hábito deixar aqui um vídeo, uma música adequada, então aqui vai: Fechem os olhos e abram alma. 



domingo, 18 de outubro de 2015

Escolhas e a Capacidade de as Mudar

O assunto hoje no Sótão da Gina não é muito consensual, há quem pense que escolhas são para a vida e há quem creia que nas escolhas que faz, pode e deve ter a capacidade de as mudar se assim o desejar ou necessitar, por isso este tema “Escolhas e a Capacidade de as Mudar” vai ser debatido quase taco a taco entre as amigas deste sótão.

Escolhas e a Capacidade de as Mudar
Já quando somos crianças damo-nos conta que uns mudam de ideias facilmente e outros nunca mudam; quando nos reencontramos com amigos do passado achamos muito engraçado ver ex-colegas de escola com os mesmos gostos e até a mesma aparência de quando eram ainda crianças ou adolescentes, e outros que entretanto mudaram tanto que ficam irreconhecíveis aos olhos de quem os visionava e imaginava com outra imagem.

Tudo isto é normal. Tudo isto compõe a diversidade de carácter entre as pessoas. Tudo isto é positivo porque ajuda a um equilíbrio que se quer saudável.

Lembra-se da frase popular: - Se todos gostassem do amarelo? Pois é isso mesmo, é bom haver gostos diferentes, escolhas diferentes e a capacidade de as trocar também, porque só assim se consegue evoluir, subir outros degraus, ver novos horizontes com coragem e determinação, para o assumir e até o justificar se assim for necessário.

Escolhas e a Capacidade de as Mudar
Nada é para sempre, nem a morte – quem acredita na ressurreição bem sabe disso – portanto para quê ou porque amarrar-se a ideias pré-concebidas (?!), de algo que tem que ser assim para a vida se ela se quer evolutiva? Se nos foi concedido um livre arbítrio, porque não podemos conceber  mudar sem que sejamos de imediato criticados e apelidados de adjectivos pouco abonatórios à nossa integridade como por exemplo troca-tintas, mentirosos ou vira-casacas?!

Ter capacidade para mudar as escolhas que fazemos quando nos apercebemos que - ou escolhemos mal, ou aquela escolha já não faz sentido, ou simplesmente, porque evoluímos e já não gostamos nem pretendemos algo que no passado até nos dizia algo, pode não ser fácil porque a sociedade encarrega-se de todos os dias tentar ensinar-nos que devemos seguir regras iguais que normalmente estão conotadas com tradições ou modas.

Não é fácil mudar, nisso todos estamos de acordo e por isso muitos não mudam e acomodam-se numa vida do faz de conta, com padrões repletos de chavões e mais uma vez segundo a tradição ou a moda.

Há quem pense que não se deve mudar porque isso dá ideia de falta de carácter ou em casos mais extremos de dignidade.

Escolhas e a Capacidade de as Mudar
Quem vos escreve pensa mais como Jean-Paul Sartre: “Viver é isso: Ficar-se equilibrando o tempo todo, entre escolhas e consequências”, e atrevo-me a acrescentar que se deve avaliar a par e passo para melhorar o equilíbrio, mesmo que para tal haja necessidade de mudar as nossas escolhas, porque quem ganha não somos só nós mas também quem nos rodeia porque seremos sempre melhores pessoas - e é com este raciocínio que vos deixo depois de um debate bem aceso entre as amigas do sótão sobre escolhas e a capacidade de as mudar, à volta de chás e cafés bem aromáticos num dia chuvoso de Outono com uma cor cinzenta  que promete também mudar amanhã ou depois.


Já agora aproveitem, vejam este vídeo com o tema "Escolhas" de Sara Tavares que de certo modo vem ao encontro do que acabámos de  publicar.

Bom domingo! 


domingo, 11 de outubro de 2015

Optimismo e o Princípio de Pollyana

O Outono vai-se instalando e no Sótão da Gina a conversa centra-se na despedida dos dias  alegres ao ar livre,  e no reencontro de nós próprios com o aconchego do nosso lar, com o nosso eu, levando-nos a meditar se o princípio de Pollyana é de ter em conta para um optimismo tão necessário nestes dias que se avizinham cinzentos. 

Vive-se demasiado o negativo; ri-se ao ver cair, critica-se por criticar, espezinha-se quem publicamente erra, satiriza-se e perpetua-se o que de mais negativo a sociedade nos mostra, e se em vez disso começássemos a tentar mudar um pouco esta tendência, tornando-nos mais flexíveis, gratos, amigos e alegres? Como?!

- Que tal meditar no optimismo aplicando os aspectos positivos do princípio de Pollyana? 

Optimismo e o Princípio de Pollyana

Mas quem é Pollyana e o que é o tal “Princípio de Pollyana”?  

Pollyana é um romance de Eleanor H. Porter publicado em 1913, considerado um clássico da literatura infanto-juvenil, posteriormente utilizado num filme mudo em 1919 que bastante mais tarde, em 1960 deu origem a um filme a cores e com som.

Neste romance,  Pollyana, uma menina de onze anos, que após a morte de seu pai, um missionário pobre, vai morar noutra cidade, com uma tia rica e severa que ela não conhecia . No seu novo lar, passa a ensinar às pessoas, o "jogo do contente" que havia aprendido com o seu pai. O jogo consiste em procurar retirar algo de bom e positivo em tudo, mesmo nas coisas aparentemente mais desagradáveis. O optimismo, para além da bondade,  era o seu maior atributo.

Optimismo e o Princípio de Pollyana
Resumidamente, o “Princípio de Pollyana” baseia-se na história da menina que via tudo "cor-de-rosa", acreditando no melhor da vida e das pessoas, que ela consegue sempre sensibilizar pelo amor, bondade e pureza de sentimentos, sentindo-se capaz de transformar o mundo.

A autora presbiteriana, Eleanor H. Porter, focou nesta história um aspecto da evangelização cristã, de que é necessário procurar, incentivar  e manter a felicidade - o amor e o bem, mesmo nas situações mais difíceis e adversas, seguindo os princípios de Jesus Cristo, e curiosamente (ou não) apesar de tanto em psicologia como em sociologia, isto ter-se passado a chamar "Princípio de Pollyana", os autores raramente citam ou dão sequer a entender a origem cristã, secularizada, desse comportamento descrito.

Claro que em tudo se pode encontrar um aspecto negativo, e o princípio de Pollyana que alguns até satirizam de síndroma de Pollyana, quando em exagero pode resultar numa fuga da realidade, uma tendência amplificada de ver tudo cor-de-rosa, ser demasiado ingénua ou até ilógica ou inconsequente.

O bom senso é grande mestre de sabedoria  - este ajuda a utilizar e equilibrar o princípio de Pollyana para que os nossos dias tendam a ser vividos com muito mais optimismo e com mais cor mesmo que os céus se apresentem cinzentos.
Optimismo e o Princípio de Pollyana

Como?

No Sótão da Gina não temos fórmulas mágicas para nada, mas cremos que - se ignorar o ruído que não lhe faz falta, escutar os outros de forma imparcial e calma, se for altruísta, grato pelo que tem, se for capaz de sorrir para as pequenas coisas, como que,  saboreando as ínfimas conquistas,  e passar a palavra de que os seus dias valem mais a pena se coloridos - o optimismo, muito provavelmente começará a instalar-se em si, de maneira progressiva e equilibrada, contagiando em forma de onda gigante o “Optimismo e o Princípio de Pollyana” em toda a sua volta.  

Se gostou, comece por enviar este artigo aos seus amigos para que se sintam também contagiados por este optimismo e o princípio de Pollyana, e se tiver tempo veja ou volte noutro dia a ver o filme de 1960 que achámos um verdadeiro mimo para esta tarde domingo.

Clique aqui para ver o filme, vá buscar as pipocas e desfrute!



segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Paixão ou Razão?

A conversa de hoje no Sótão da Gina é sobre as decisões que as pessoas tomam baseadas na sua forma de ser meramente apaixonada ou racional; e não, esta conversa não é de todo sobre amores e paixões nas relações, mas sim sobre a maneira de ser e estar na vida, em todas as circunstâncias ou questões em que cada um imprime a sua paixão ou a razão.

Paixão ou Razão?
A razão baseia-se em factos e dados concretos para posteriormente avaliar, julgar, planear e decidir o que é benéfico para si. A razão é assim como que uma capacidade calculista, egoísta até, que analisa e mede primeiro os riscos antes de tomar qualquer tipo de decisão.

Já a paixão não mede, não analisa, não pondera, não hesita, nem calcula nada; avalia, julga, avança ou recua conforme a emoção, ou o sentimento do momento, que é quase sempre, fortemente incentivado pelo estado de alma ou de humor.

Assim, pode-se concluir que a razão é egoísta e a paixão exacerbadamente altruísta.

Enquanto que a razão é teimosamente fria e a paixão obcecadamente quente, esta acaba por deixar-se arrefecer quando se apercebe que a razão não se deixa influenciar e caminhar de mão dada.

Paixão ou Razão?
Mas nem tudo é assim frio ou quente; ao que parece, existe como que uma batalha entre a paixão e a razão que por vezes chega a esbarrar no senso comum. Seguindo este raciocínio, a razão empurra-nos a agir de certa maneira, encontrando porém oposição nas nossas emoções ou paixões, tornando-se assim bem difícil a decisão.

Sendo criaturas racionais, perguntamo-nos: - devemos obrigar a razão a controlar as nossas emoções ou agir em conformidade com as nossas paixões? E a nossa resposta é que o ideal é sempre o equilíbrio, (aliás) em tudo, e neste tema também não poderia deixar de o ser.

Paixão ou Razão?
No Sótão da Gina a opinião geral é que - seres racionais mas pensantes que somos, deveríamos encontrar o equilíbrio entre a razão e a paixão – de forma que permitisse o senso e bem comum na decisão, com o mesmo calor da emoção, para nunca ter de decidir entre paixão ou razão.

Enquanto medita neste assunto, visualize este vídeo e pense no equilíbrio entre estas duas vozes que apesar de normalmente cantarem temas diferentes como o Fado ou a Morna,  conseguem enquadrar-se de forma tão perfeita, neste Fado - "Por Sombras Me Dei à Luz" com letra de Fábia Rebordão, musica de Jorge Fernando e interpretado aqui pela autora Fábia Rebordão e Lura, cantora crioula de ascendência cabo-verdiana.




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