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terça-feira, 2 de dezembro de 2014

A Importância da Transparência

 De vez em quando surgem ocorrências que nos levam a questionar como as sociedades praticam e lidam com a transparência de seus actos de cidadania, e nestes últimos meses em Portugal, têm surgido casos, quase, como que em catadupa, que fazem com que esta conversa no Sótão da Gina se incida sobre a importância da transparência para o bem comum.

A Importância da Transparência

Os casos, os ditos casos que têm surgido e inundado Portugal e arredores, de novas crenças e descrenças em certas pessoas, e ou instituições, não os vamos citar e ficam apenas no segredo das paredes do Sótão da Gina porque são um tanto feios para aparecerem aqui neste espaço de multicores, boas sensações e cheiros agradáveis.  

Falemos e meditemos então, um pouco, sobre a transparência e a sua importância no quotidiano de forma abstracta e no sentido mais lato.

Transparência para que te quero?

Basicamente para não iludir e viver de consciência tranquila e aberta de que os nossos actos não têm nada de perverso e a esconder. Mas mais importante é fazê-lo porque se sente a necessidade de nada esconder e viver uma vida de livro aberto.

Ser e parecer devem ser iguais?

Ser e parecer devem ser definitivamente sempre iguais, se se pauta por uma vida de transparência. De que vale parecer algo que não é, ou dizer que tem algo que afinal nunca teve ou vice-versa?  Alimentar o ego é o único objectivo do ser e parecer diferente, e isso não é compatível com o alimento da alma, por isso, mais tarde ou mais cedo o tal ser e parecer diferente para impressionar, deixam sempre um grande amargo de boca.  

A Importância da Transparência

Se por um lado, há os que aparentam ser ou ter algo que não são por complexo, querendo mostrar quem os rodeia que são mais e têm mais, há outros que fazem o oposto, demonstrando que pouco têm, escondendo dos demais as suas verdadeiras posses ou património, ao mesmo tempo que dão à sociedade um ar de coitados, remediados ou até austeros.

Nem tudo o que parece é?

A má utilização das redes sociais tem ajudado a que esta frase esteja cada vez mais em alta: - nem tudo o que parece é! O que é pena, o que é lamentável, o que é triste, e por aí fora em sinónimos sobre o que é lastimável;  é que na sequência da popularidade que muitas pessoas logram ter nas redes sociais, a  mesma também tem contribuído para que em geral, as sociedades cada vez pratiquem menos a desejada transparência no seu quotidiano, o tal do "ser fiel a si próprio" deixou de fazer sentido para essas pessoas.

Não há fumo sem fogo?

É impossível a não ser que seja imediatamente extinto, mas mesmo assim já ardeu nem que seja apenas um instante. Se nas redes sociais o alimento do ego é talvez o predominante, por vezes também serve para que os que não praticam nem dão qualquer importância à transparência dos seus actos, sejam ridicularizados publicamente quase à velocidade da luz quando são descobertos que andavam a tentar ludibriar o próximo.


A Importância da Transparência

Aqui no Sótão deixamos a dica: - se nunca deu muita importância a esta “coisa” da transparência e a sua importância no seu quotidiano, pense melhor no assunto; se  está presente numa rede social a partilhar tudo e mais alguma coisa que não corresponde à realidade da sua vida, então pense a dobrar porque é mesmo “importante” dar importância à transparência na vida de qualquer um de nós.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Valores e Felicidade – do Mito à Realidade

Será que sabemos mesmo o que é a felicidade e o valor que a mesma tem só para nós, sem olhar para o lado?


Já em Março de 2013 havia escrito algo sobre a felicidade aqui  mas hoje a conversa no Sótão da Gina alarga-se também para os valores e extravasa sobre o mito e a realidade sobre a felicidade.

O que é isto da felicidade para si?

Valores e Felicidade – do Mito à Realidade
Para mim, eu sei bem o que é, e pode ser apenas isto, que em nada poderá ter  a ver com o conceito de valores e felicidade do mito ou da realidade, que rodeia qualquer uma das minhas amigas aqui reunidas à volta desta conversa, ou de quem muito atentamente me está a ler, e nisso não há mal algum, até porque por vezes é na diferença que está a felicidade.

Mas afinal o que é isto da felicidade para cada um de nós?

Estudos efectuados por quem é entendido nesta matéria, o sociólogo português Dr. Rui Brites, revelam:

Os países mais felizes do mundo estão todos no Norte da Europa: Dinamarca, Finlândia, Noruega. Os mais infelizes são dos mais pobres da África subsariana: Togo, Benim e República Centro-Africana.
No primeiro Relatório Mundial sobre Felicidade, elaborado pela Universidade de Colúmbia a pedido das Nações Unidas (ONU), Portugal ficou classificado no lugar 73, a meio de um ranking com 156 nações, mas atrás de 22 dos 27 Estados-membros da União Europeia. Apesar de existir uma ligação entre a riqueza e o bem-estar das pessoas, o estudo concluiu que factores como liberdade política, laços sociais fortes e a ausência de corrupção são igualmente importantes.
Os dados deste ranking foram recolhidos entre 2005 e 2011 e, numa escala de 0 a 10, foi pedido aos entrevistados que avaliassem a qualidade de vida, sendo 0 a pior vida possível e 10 a melhor vida possível. No caso de Portugal, a avaliação média de vida dos entrevistados foi de 5,4, uma classificação que os autores do estudo descrevem como uma situação de bem-estar moderado, pouco consistente, ou de um certo receio em relação ao futuro.

Rui Brites, sociólogo e professor do Instituto Superior de Economia e Gestão, da Universidade Técnica de Lisboa afirma:

"Faz parte da idiossincrasia portuguesa: fugimos dos extremos. Os portugueses nunca estão muito bem nem muito mal. Vão andando". Para este investigador, que tem trabalhado na área da avaliação do bem-estar e da felicidade, estes resultados são "consistentes" com outros estudos publicados nos últimos anos. No entanto, alerta para a dificuldade de se fazerem comparações entre países. "Quando perguntamos apenas às pessoas qual o seu grau de felicidade, é complicado depois comparar países porque as realidades culturais são diferentes e os resultados finais não têm em conta essas especificidades".
Segundo os estudos efectuados por Rui Brites, Portugal apesar de se situar sensivelmente a meio do ranking a nível mundial, fica atrás de 22 dos países da UE, estando apenas à frente da Roménia, Hungria, Letónia e Bulgária. Estes resultados são idênticos aos registados noutros inquéritos anteriores sobre felicidade e bem-estar, como o que foi realizado em 2008 pela European Social Survey: Portugal ficou classificado no penúltimo lugar entre 15 países europeus.
A correlação entre a felicidade/bem-estar e o optimismo é "muito forte", sendo que a tendência é para que os países "mais felizes" sejam "mais optimistas relativamente ao futuro" e que os menos felizes sejam também os mais "pessimistas". "Os portugueses encontram-se habitualmente entre os mais pessimistas e, nesse aspecto, apresentam um padrão de identificação mais próximo dos cidadãos dos antigos países comunistas da Europa de Leste do que dos restantes países europeus: têm menores níveis de confiança social, e não acreditam tanto nas instituições nacionais", refere. Ainda assim, considera que os portugueses não devem ser olhados como pessoas infelizes. "Não somos tão felizes como noutros países, como é o caso dos países nórdicos, mas somos felizes ", conclui Rui Brites.

Quem quiser ler os resultados dos estudos de Rui Brites na integra pode vê-lo  e inclusivamente fazer o download do mesmo aqui.

Valores e Felicidade – do Mito à Realidade
Estudos são úteis e dão-nos uma ideia da opinião generalizada das populações mas é isso e apenas isso que nos dá: uma ideia, uma opinião generalizada, que muitas vezes está ainda enraizada em certas sociedades como a portuguesa com o critério miserabilista do “vamos andando”.

Se todos os portugueses partilhassem da ideia do “vamos andando” seguramente que os festivais de Verão não estariam todos cheios, só para citar um ínfimo exemplo.

É evidente que a felicidade tem dias, e é impossível estar e ser feliz todos os dias, mas de maneira geral os portugueses até deviam estar no pelotão da frente nem que fosse pelo Sol que nos é brindado a cada dia e o oceano que nos banha em tão grande parte do país; para mencionar apenas alguns dos atributos deste país à beira-mar e no início da Europa.

- Será que os portugueses continuam a pensar que ser feliz é apenas e só ter, ter mais e mais, consumir e fazer inveja?

- Será que os portugueses estão convictos de que ter é mais importante que ser?

- Será mesmo mito ou realidade que a sociedade portuguesa de ontem do “vai-se andando” nem sabe afinal o que é a felicidade?

- Será que a sociedade portuguesa dos festivais de Verão é a mesma do “vai-se andando”?

- Será que a sociedade portuguesa de hoje se desprende do que ouve dizer aos mais velhos (vai-se andando) e fala só por si, do que quer, do que gosta, do que o faz feliz sem olhar para o lado?

- Quais serão os valores intrinsecos na felicidade dos povos do norte da Europa? 



Valores e Felicidade – do Mito à Realidade
No Sótão da Gina, a conversa continuaria a dissecar sobre estas perguntas que deixamos no ar, e que cada um poderá reflectir e chegar às suas conclusões, mas como remate aqui vai a última: -   será que entre o mito e a realidade sobre os valores e a felicidade,  as sociedades, não só a portuguesa mas qualquer uma delas,  terão algum dia a capacidade de se renovar e ser mais fiéis a si próprias?

Já agora, porque alegria também é felicidade, cante, dance ou faça as duas coisas se lhe apetecer, este tema tão badalado de Pharrell Williams - Happy



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